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Grávidas e usuárias de crack

Publicado em Notícias

Ministério da Justiça revela que 30% das mulheres já engravidaram enquanto estavam reféns do vício.

Consumo de crack é grande também entre as mulheres

A história de Jéssica, 25 anos, que, apesar de já ser mãe pela terceira vez, está curtindo a maternidade somente agora, depois de conseguir se libertar  do vício em drogas é um exemplo do problema das grávidas dependentes.

“Já tive outros dois filhos, mas estava sob o uso de drogas e não senti o que era ter um neném. Não fiz pré-natal e não me cuidei. Estou recebendo cuidados médicos há quatro meses. Nas outras duas vezes em que fiquei grávida, não deixei de usar álcool, cocaína e crack. A sorte foi que as crianças se desenvolveram bem. Decidi me internar para ser mãe de verdade. Hoje, vejo tudo que perdi, até mesmo os enjoos, o sono e a grande fome que sinto me fazem mais feliz, pois são sinais de que meu bebê está bem”.

grávida e usuária /Segundo estatística do Ministério da Justiça, no Brasil quase 30% das usuárias de crack já engravidaram durante o tempo de uso da droga. Entre as mulheres  entrevistadas, cerca de 10% relataram estar grávidas e outras 10% disseram que não sabiam se estavam. Entre elas, 22,8% disseram já ter engravidado duas ou três vezes desde que iniciaram o uso da droga.

O  diretor do Centro Terapêutico Araçoiaba, Valter Lattanzio,  diz que é comum realizar internações de usuárias grávidas. “Apenas neste ano, já tivemos mais de 30 pacientes grávidas. Aqui, elas recebem todo o acompanhamento médico, fazem o pré-natal e, muitas vezes, dão à luz e voltam para a clínica com o bebê”.

A maioria das mulheres usuárias e que engravida não sabe quem é o pai, vem de uma família desestruturada e quando não ficam com os filhos, eles são criados pela avó materna ou entregue em abrigos. “Elas não têm apego à criança. Por isso também trabalhamos o lado sentimental das mães.”

Tratamento de graça
O Plano Crack é Possível Vencer visa aumentar a oferta de serviços de tratamento e atenção aos dependentes químicos e seus familiares. Em Sorocaba, as áreas atendidas pelo programa são: Aparecidinha, Vila Barão, Nova Esperança, Lopes de Oliveira, Ana Paula Eleutério, Parque São Bento, Parque das Laranjeiras e Vila Sabiá.

Minicracolândias viram abrigo para  dependentes

Uma comissão que trata as problemáticas do crack em Sorocaba identificou dez minicracolândias na cidade. De acordo com o presidente da comissão, o vereador Rodrigo Manga, nesses locais foram encontradas três mulheres grávidas. “Nestes casos têm de haver internação involuntária, pois elas estão fora de controle”, afirma.

Para que isso ocorra, Sorocaba precisa da implantação do  Cratod que toma  medidas emergenciais. Ainda segundo o parlamentar, a rede de tratamento aos usuários de drogas é falha. “Contamos com apenas um Caps [Centro de Atenção Psicossocial] 24 horas. Para uma população com quase 700 mil habitantes, o ideal era ter mais duas unidades”, destaca.

Por causa da  demanda, há demora no atendimento. “O usuário começa o tratamento 120 dias depois que procurou ajuda. Até lá, a pessoa já voltou para o mundo das drogas e as clínicas femininas estão superlotadas”, conclui.

Fonte: Agência Bom Dia

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