29
maio

9 mitos sobre o álcool que não são verdade

Publicado em Notícias

O álcool é a droga mais consumida do mundo e aquela que frequentemente mais envia seus usuários aos setores de emergência hospitalares, mas menos de 60% de seus consumidores inveterados reconhecem que seus hábitos os colocam em risco grave, segundo a Pesquisa Global sobre Drogas de 2014.

Quer seja pelo clima de festa que cerca o álcool, seus benefícios para a saúde – quando consumido com moderação – ou simplesmente por sua onipresença em reuniões sociais, muitos bebedores de álcool simplesmente não levam o consumo a sério. Kenneth R. Warren, Ph.D., vice-diretor do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA), corrige algumas ideias equivocadas.

Você pode tomar uma bebida alcoólica por hora e ainda voltar para casa dirigindo em segurança.

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Você já deve ter ouvido a teoria de que nosso corpo naturalmente processa um drinque por hora. Na realidade, diz Warren, é mais perto de um drinque a cada duas horas. “O ritmo médio de metabolização do álcool é 100 miligramas de álcool por quilo de massa corporal por hora”, diz ele. “No caso de um homem que pesa 73 kg, isso se traduz em sete gramas de álcool por hora. A chamada dose padrão, uma garrafa de cerveja de 350 ml, contém 14 gramas de álcool, então levaria duas horas para ser completamente metabolizada. Para a maioria das pessoas, se a pessoa toma um drinque por hora, vai ficar mais e mais alcoolizada a cada hora que passa.” No caso de uma pessoa de 73 kg, disse Warren, tomar um drinque por hora durante quatro horas será o suficiente para elevar sua concentração de álcool no sangue para 0,08. Ou seja, ela estará legalmente embriagada.

Você pode ficar sóbrio de novo rapidamente, se for preciso.

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Não há nada que acelere o processo, nem um café quente nem uma chuveirada fria. De acordo com Warren, a cafeína pode até fazer mais mal que bem. “A cafeína é estimulante, e, por essa razão, a pessoa vai ficar mais desperta, mas igualmente alcoolizada. A cafeína pode dar ao indivíduo confiança falsa, a ideia de que não está alcoolizado”, o que pode levar a comportamentos de risco maior e decisões perigosas.

Se você for ao banheiro pela primeira vez, passará a noite inteira na fila do toalete.

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Beber álcool vai fazê-lo ir ao banheiro mais vezes do que se você não tivesse bebido. A bebida alcoólica suprime o hormônio vasopressina, de modo que mais líquido que o normal é redirecionado à bexiga. O álcool também é diurético, então mais água é retirada de cada célula de nosso corpo quando bebemos. Esse fluído extra também é enviado à bexiga. De repente, você precisa ir ao banheiro com urgência. E, continuando a beber, o volume de líquido do qual precisará se livrar só vai aumentar. Mas isso não tem nada a ver com quanto tempo você consegue adiar sua primeira ida ao banheiro.

Tomar cerveja antes de bebida destilada provoca uma ressaca tremenda.

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Na realidade, você provavelmente está tendo uma ressaca horrível por causa da quantidade total de álcool que consumiu, não da ordem em que tomou as bebidas, segundo o New York Times. “Muitas vezes as pessoas tomam cerveja e então, mais perto do fim da noite, passam para bebidas mais fortes, então pensam que são os destilados que lhe deram a ressaca”, disse ao jornal em 2006 Carlton K. Erickson, diretor do Centro de Pesquisas e Educação sobre a Ciência da Adição, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Texas. “Mas a simples mistura dos dois tipos de bebida não tem relação com isso.”

Tomar cerveja causa barriga de cerveja.

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A cerveja pode lhe dar uma barriga, mas qualquer coisa que você consumir em excesso pode ter o mesmo efeito. Aquele barrigão estereotípico dos tomadores inveterados de cerveja é sinal de que você está exagerando com alguma coisa, mas não é necessariamente na cerveja. “A maioria das barrigas de cerveja se deve a calorias excessivas de qualquer fonte, entre elas a cerveja”, disse ao Huffington Post em 2013 a professora de nutrição, estudos alimentares e saúde pública Marion Nestle, Ph.D., M.P.H., da Universidade de Nova York.

Um drinque antes de dormir ajuda você a pegar no sono.

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Se você tomar um drinque antes de se deitar, pode adormecer mais facilmente, mas o sono movido a álcool é perturbado em pouco tempo. De acordo com uma revisão feita em 2013 de pesquisas sobre o tema, o álcool geralmente atrapalha o sono na fase REM (de movimento rápido dos olhos), reduzindo o tempo passado dormindo nessa fase crucial.

Aqueles remédios para prevenir a ressaca são a solução.

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Não há evidências científicas que fundamentem o que dizem aqueles produtos difundidos como a cura de todas as ressacas, diz Warren, não importa quantas vitaminas possam conter. “No passado, os fabricantes acrescentavam tiamina, ácido fólico, vitamina B6 ou vitamina B12 e afirmavam que isso ajudava a acelerar a metabolização do álcool”, ele fala. “Não há base nem evidências que indiquem que isso aconteça de fato.”

Um desjejum de bacon, ovos e queijo na manhã seguinte fará você voltar ao normal.

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Quase todos os adeptos da bebida têm sua refeição preferida para acabar com uma ressaca, mas na realidade o que você come antes de beber (ou enquanto bebe) é mais importante, diz Warren. “Se você comer antes de beber ou enquanto estiver bebendo, o alimento vai reduzir a rapidez de absorção do álcool pelo corpo, e você não terá uma concentração de álcool no corpo tão alta”, ele diz. Mas não há pesquisas que fundamentem os benefícios de qualquer café da manhã específico no dia seguinte.

Beber até ficar desacordado não é grave.

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Todos nós, em algum momento, provavelmente já ouvimos algum estudante se gabando de ter acordado em outro lugar depois da farra da noite passada, como se beber até ficar desacordado fosse simplesmente um grau de embriaguez, e não uma situação que coloca sua vida em risco. “A intoxicação alcoólica é o consumo de álcool suficiente para suprimir o sistema nervoso central, de modo que as funções corporais necessárias do indivíduo deixam de funcionar”, diz Warren. Alguns reflexos que nos mantêm vivos, como tossir, engasgar, respirar, podem ficar totalmente inativos, o que pode provocar a morte imediatamente, ou, o que é mais comum, levar a pessoa que vomita a inalar seu próprio vômito e morrer afogada. “As pessoas precisam saber quanto estão bebendo e tomar o cuidado de não colocar sua vida em risco”, diz Warren.

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