26
fev

Alcoolismo é a principal causa de afastamento do trabalho por transtorno mental

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Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apontam que o alcoolismo é o principal motivo de pedidos de auxílio-doença por transtornos mentais e comportamentais por uso de substância psicoativa. O número de pessoas que precisaram parar de trabalhar e pediram o auxílio devido ao uso abusivo do álcool teve um aumento de 19% nos últimos quatro anos, ao passar de 12.055, em 2009, para 14.420, em 2013.

Os dados mostram que os auxílios-doença concedidos as pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas passaram de 143,4 mil. Cocaína é a segunda droga responsável pelos auxílios concedidos (8.541), seguido de uso de maconha e haxixe (312) e alucinógenos (165).

São Paulo teve o maior número de pedidos em 2013 por uso abusivo do álcool, com 4.375 auxílios-doença concedidos, seguido de Minas Gerais, com 2.333. Integrante do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (Cress-SP), o assistente social Fábio Alexandre Gomes ressalta que o aumento é extremamente superficial, visto que boa parte da população não contribui para o INSS e por isso não tem direito a esse benefício.

“O impacto do álcool hoje na vida das pessoas é muito maior. Muitos casos inclusive de uso abusivo do álcool estão associados com a situação de desemprego. E a juventude tem iniciado experiências cada vez mais cedo”, explica ele. “Tenho casos frequentes de crianças fazendo uso abusivo de álcool a partir dos oito anos. Estou acompanhando um menino que hoje, com dez anos de idade, usa crack, mas a porta de entrada foi o álcool”, conta o assistente social ao relatar que por ser uma substância socialmente permitida em casa, acaba sendo de fácil acesso.

Ele também relata aumento sensível de mulheres que não aderem ao tratamento, fruto de preconceito social. “Na minha experiência como assistente, este consumo abusivo está ligado principalmente a relações de violência, sobretudo, amorosas. E geralmente o consumo é de cachaça”, ressaltou. Ele criticou a concentração de políticas públicas dirigidas a substâncias ilícitas, quando o álcool é uma das substâncias lícitas cada vez mais usadas por adolescentes e mulheres, independentes da classe social. Gomes ressalta que faltam campanhas que falem do impacto do álcool na gravidez.

“O consumo do álcool durante a gestação é algo que não se discute muito. Muitas gestantes pensam ‘ah está muito calor vou tomar só um copinho’, sem saberem o impacto que isso tem na formação das crianças”, alertou Alexandre Gomes.

Há 24 anos sem beber uma gota de álcool, o vendedor autônomo João Souza, 54 anos, morador do Rio de Janeiro, acredita que largar o vício sem ajuda profissional é “praticamente impossível” e afirma que não existe cura para a doença. “A família é muito importante, mas sozinha não dá conta se não houver apoio profissional. A questão não é moral, é bioquímica, de estrutura e só com muito tratamento”, pondera ele. “Procurei os Alcoólicos Anônimos (AA) e vou lá até hoje, faço a manutenção, porque preciso” conta ele.

O auxílio-doença é um direito de todo trabalhador segurado pelo INSS, que não perde o emprego ao se ausentar. Para pedir o auxílio-doença por uso abusivo de droga, o solicitante deve ter pelo menos 12 meses de contribuição e comprovar, por meio de perícia médica, a dependência da droga que o incapacita de exercer o trabalho. A valor do benefício varia de acordo com o valor recolhido pela Previdência Social.

Segundo a assistente social Andresa Lopes dos Santos, também integrante do Cress-SP, o benefício é um grande avanço para o trabalhador brasileiro, pois assegura a manutenção financeira da família, mantém o vínculo do trabalhador no emprego, que pode se tratar enquanto estiver de licença. “É importante um trabalho para dar o suporte à família e ao dependente do álcool, que muitas vezes sustenta a família poderá fazer um tratamento”, salientou ela.

Fonte: Agência Brasil

22
fev

Tratamento do alcoolismo exige participação familiar

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11,7 milhões de brasileiros são dependentes de álcool

O alcoolismo, considerada uma doença progressiva e em muitos casos fatal, prejudica a vida não somente de quem consome a bebida, mas também dos que se relacionam com o dependente.

Caracterizado pela vontade incontrolável de beber, o alcoolismo é um fenômeno multifatorial que pode estar associado à predisposição genética, ansiedade, angústia e insegurança. Tudo isso pode deixar a pessoa mais vulnerável à bebida. Além disso, condições culturais, fácil acesso ao álcool e os valores que cercam o consumo também influenciam a dependência.

O tratamento, segundo o terapeuta, pode envolver diversos profissionais de saúde como psiquiatras, psicólogos, terapeutas, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros. O reconhecimento da dependência e a vontade de querer mudar a situação são necessários para o início do tratamento. É claro que cada caso é um caso e, por isso, não existe um tratamento ideal, mas sim o melhor procedimento para um determinado caso, ou seja, o tratamento é personalizado.

A família, no entanto, é peça-chave tanto na prevenção do uso nocivo do álcool, como em casos nos quais o problema já está instalado. As vezes em que o tratamento inicia-se pela família são poucas, principalmente porque o usuário de álcool não aceita seu problema, não reconhece que o uso de bebidas alcoólicas lhe traz consequências negativas ou está desmotivado para buscar ajuda profissional.

Um acompanhamento personalizado e dirigido aos familiares é importante para que todos compreendam a doença e seus desdobramentos, com orientações adequadas sobre qual a melhor forma de ajudar um ente querido e a si mesmo, já que a família também se torna codependente e começa a se organizar em torno do dependente.

O tratamento vai ajudar a acolher e a compreender o estresse emocional e a desesperança vividos pela família devido à dependência. A terapia ajudará a entender os papéis e o funcionamento da família e, através disso, buscará novas mudanças nessa dinâmica a partir de recursos que ajudarão a reorganizar e reestruturar o sistema e as relações familiares, com o objetivo de manter a família segura e menos ameaçada.

11,7 milhões são dependentes de álcool

Mais da metade das bebidas alcoólicas comercializadas no país (54%) é consumida por 20% das pessoas que bebem. O dado consta do 2° Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) divulgado em 2013 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em termos gerais, o estudo estima que 11,7 milhões de brasileiros são dependentes de álcool.

O levantamento, que ouviu 4.607 pessoas de 149 municípios do país, constatou um aumento de 20% na quantidade de brasileiros que consomem álcool uma vez ou mais por semana. Também houve aumento no número de pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool (quatro unidades para mulheres e cinco para homens) em um curto período de tempo (duas horas). Entre esses consumidores, essa forma de beber passou de 45%, em 2006, para 59% no ano passado.

A pesquisa destaca o aumento do consumo de álcool abusivo entre as mulheres. A proporção das que passaram a beber uma vez ou mais por semana cresceu 34,5% em seis anos, passando de 29% para 39%. Outro indicador que demonstra esse comportamento nocivo é o que avalia o consumo de álcool em relação ao tempo. As que ingerem quatro doses em até duas horas passaram de 36%, em 2006, para 49% no ano passado.

Entre os fatores que podem explicar o crescimento desse modo nocivo de beber, está a ascensão econômica da população nos últimos anos. Belo alerta também para o aumento do consumo de bebidas alcoólicas entre as mulheres. Para ele, esse aumento pode ser justificado por conta da diminuição das diferenças nos papéis de gênero. A ascensão feminina no mercado de trabalho fez com que a mulher ocupasse o mesmo espaço do homem. A independência financeira feminina permitiu o aumento do consumo, inclusive, de bebidas alcoólicas por parte das mulheres.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

13
fev

“Filhos das drogas” podem ter danos graves

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os riscos do uso de álcool e outras drogas durante a gestação

Os riscos do uso de álcool e outras drogas durante a gestação.

Há 13 anos, o professor Erikson Furtado, coordenador do PAI-PAD (Programa de Ações Integradas para Prevenção e Atenção ao Uso de Álcool e Drogas na Comunidade) da Faculdade de Medicina da USP, pesquisa os riscos do uso de álcool e outras drogas durante a gestação.

No ano 2000, ele e sua equipe cadastraram 449 grávidas que faziam uso de álcool e outras drogas, sendo que 100 delas tinham um consumo de risco. O grupo acompanhou a gestação, analisando o uso feito por essas mulheres. A partir de 2006, os pesquisadores começaram a resgatar essas crianças, para avaliar quais as consequências do uso feito na gravidez.

O número de crianças com problemas físicos ou comportamentais era tão grande que o professor criou um ambulatório no Hospital das Clínicas, onde presta atendimento mustidisciplinar a crianças e adolescentes com dependência química ou problemas decorrentes da dependência na gestação. Hoje, atende 86 adolescentes que foram acompanhados na barriga das mães, além de outros pacientes.
Erikson explica que a maioria das usuárias de risco usam o álcool atrelado a outras drogas, o que potencializa os danos para o bebê. O uso de drogas, principalmente do álcool, pode causar ao bebê más formações físicas, possíveis de serem diagnosticadas já no parto. “O bebê pode apresentar lesões na face, problemas renais, más formações ósseas”.
A “Síndrome de Abstinência Neonatal” é comum em bebês que foram expostos ao uso contínuo de álcool e outras drogas durante a gestação, principalmente o crack. “A criança já nasce muito inquieta, pois não está mais ingerindo a substância. Precisa de cuidados intensivos nas primeiras horas de vida”.
Os distúrbios de comportamento são as principais consequências do uso. “Geralmente são crianças inquietas, com dificuldade de interação, de comportamento agressivo, com dificuldades de aprendizado e que, quando adolescentes, podem ter uma iniciação precoce no uso de álcool e outras drogas”. Erikson diz que muitos de seus pacientes acabam seguindo o caminho do crime. “É comum que esses meninos tenham conflitos com a lei”.
Professor pede contracepção com orientação

Para o professor Erikson, é essencial a orientação das mulheres que receberão o anticoncepcional de longa duração. “Elas têm o direito de fazer o controle da natalidade, mas precisam estar em condições de aceitar ou não o método”.
Ele salienta que todo esforço é válido em orientar. “O esforço é válido considerando que a probabilidade de essas mães usuárias de drogas terem crianças com dificuldades é alta”.
Erikson explica que as primeiras semanas da gestação são as mais críticas. “As más formações físicas, na maior parte dos casos, acontecem nas quatro primeiras semanas, quando, algumas vezes, a mulher ainda não sabe que está grávida”. E finaliza: “Nossa bandeira é prevenir e tratar o problema”.
Fonte:  A Cidade
05
fev

Maconha ou álcool: o que é pior para a saúde?

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Embora ambos álcool e maconha sejam tóxicos quando usados para fins recreativos, sua legalidade, padrões de consumo e efeitos a longo prazo sobre o corpo são bastante diferentes. O que sabemos é que tanto o consumo de álcool quanto fumar maconha podem levar a problemas de saúde, mostrando efeitos a curto e longo prazo.

De fato, o álcool é associado a quase 80 mil mortes nas Américas, de acordo com estudo da Organização Pan-americana da Saúde feito entre 2007 e 2009. Por uma série de razões, estatísticas sobre mortes associadas com o uso de marijuana são muito mais difíceis de encontrar.

A curto prazo

Beber muito álcool pode rapidamente matar uma pessoa. A impossibilidade de metabolizar o álcool tão velozmente quanto é consumido pode conduzir a uma acumulação no cérebro, que desliga áreas necessárias para a sobrevivência, tal como as envolvidas com o batimento cardíaco e a respiração.

“Você pode morrer cinco minutos depois de ter sido altamente exposto ao álcool”, explica Ruben Baler, cientista da saúde no Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA. “O impacto do uso da maconha é muito mais sutil”.

No entanto, efeitos sutis não são sinônimo de efeitos fracos, como é o caso com o consumo de cigarros, que também possui efeitos mais lentos que o álcool, mas é ligado a 200 mil mortes anuais só no Brasil, segundo dados de 2008 do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Embora a maconha afete o sistema cardiovascular, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial, uma pessoa não pode morrer fatalmente de overdose de maconha como pode com o álcool.

Também, o álcool é mais propenso do que a maconha a interagir com outras drogas. Se você já estiver tomando outras drogas ou medicamentos e beber álcool, ele pode aumentar ou diminuir os níveis da droga ativa no organismo.

Além das formas diretas, ambas as substâncias podem afetar a saúde de forma indireta.

Como a maconha prejudica a coordenação e o equilíbrio, existe o risco de se ferir ao fumá-la, especialmente se uma pessoa “chapada” decidir dirigir ou fazer relações sexuais desprotegidas, enquanto suas inibições estão reduzidas. Além de consequências momentâneas, podem haver consequências a longo prazo.

A longo prazo

Os efeitos a longo prazo de beber muito são bem conhecidos. “O excesso de álcool leva a consequências muito graves”, diz Gary Murray, diretor interino da Divisão de Metabolismo e Efeitos na Saúde do Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo (EUA).

Beber pode levar a doença hepática alcoólica, que pode evoluir para fibrose do fígado, que por sua vez pode levar ao câncer de fígado.

Já Baler comenta que, ao contrário do álcool, os efeitos do uso crônico da maconha não são tão bem estabelecidos. Estudos com animais indicam um possível impacto na reprodução. Além disso, há evidências de que maconha pode piorar problemas psiquiátricos para pessoas que são predispostas a eles, ou fazê-los se manifestar em uma idade mais jovem. Ainda, porque a droga é geralmente fumada, pode causar bronquite, tosse e inflamação crônica das vias aéreas.

Pesquisadores que procuram estudar o uso da maconha a longo prazo têm tido dificuldade em encontrar pessoas que fumam maconha regularmente, mas que também não fumam cigarros de tabaco. Outra grande dificuldade é a ilegalidade da maconha, que limita a pesquisa neste campo.

Este ano começaram as primeiras vendas legais de maconha para pessoas que não a usam por razões médicas nos Estados Unidos, em Colorado e Washington. A observação de taxas de lesões, acidentes, doenças mentais e uso por adolescentes levará a uma melhor compreensão dos efeitos sobre a saúde pública da maconha.

Grande parte da preocupação com a substância envolve jovens que usam a droga, porque ela interfere com o desenvolvimento do cérebro enquanto ele ainda está amadurecendo. “Fumar maconha interfere com conexões do cérebro em um momento em que ele deveria estar em um estado de mente clara, acumulando memória e experiências que formarão uma base para o futuro”, conta Baler.

Como algumas pessoas fumam maconha com a mesma voracidade que a maioria dos fumantes regulares, enquanto outros podem usar maconha apenas nos fins de semana, os efeitos na saúde tornam-se difíceis de generalizar.

Conclusão

“Você está prejudicando cumulativamente sua função cognitiva. Qual vai ser o resultado final, ninguém pode dizer”, afirma Baler.

Fonte: Hype Science

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