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Pesquisa aponta que 80% dos usuários de crack querem tratamento
O secretário nacional de Políticas sobre Drogas, Vitore Maximiano, destacou nesta quinta-feira, em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, que 80% dos usuários de crack manifestam desejo de buscar tratamento. Este é um dos dados do estudo “Estimativa do número de usuários de crack e/ou similares nas capitais do País”, encomendado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Conforme Maximiano, a maior parte dos usuários quer algum tipo de ação social como tratamento, mais do que um tratamento de saúde. Ele enfatizou ainda que o uso do crack está, em geral, associado ao uso do álcool. “É a droga que mais gera problemas para a família brasileira”, enfatizou.
Foco em adolescentes e no Nordeste
A pesquisa mostrou que os usuários regulares de crack ou de formas similares de cocaína fumada (pasta-base, merla e oxi) somam 370 mil pessoas nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Segundo o secretário, isso representa 0,8% da população nas capitais brasileiras. Segundo ele, chama atenção o fato de que 50 mil usuários são menores de 18 anos, o que demanda políticas públicas específicas para adolescentes.
“A prevalência é maior nas capitais do Nordeste do que nas próprias capitais do Sudeste, o que também nos chamou bastante atenção, na medida em que os meios de comunicação têm mostrado o problema sobretudo nas grandes cidades do Sudeste”, complementou.
Ações
Entre as ações do governo, o secretário destacou o programa de financiamento de vagas para usuários em comunidades terapêuticas, sendo 4.070 vagas ofertadas em todos os estados brasileiros. “As comunidades realizam acolhimento, e não internação”, explicou.
Ele citou ainda o programa nacional de teleatendimento, que funciona 24 horas por dia, com 80 consultores contratados, que podem auxiliar familiares, professores e os próprios usuários.
Fonte: Jornal do Brasil