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Mistura de cocaína e adrenalina enlouquece usuários de drogas

Publicado em Notícias

cocaina

Traficantes estão adicionando doses de adrenalina na fabricação da cocaína que é vendida nas bocas de fumo do Rio de Janeiro. A revelação surgiu em uma pequena filmagem de uma reportagem britânica que veio ao Brasil cobrir a violência no país da Copa, e mostrou os criminosos adicionando a substância ao pó que forma a droga. Mas para quem faz o tratamento de pessoas dependentes do narcótico, essa informação explica porque os pacientes estão se tornando cada vez mais difíceis de tratar.

Jorge Jaber, psicanalista e presidente da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abad), conta que além dos problemas comportamentais e cerebrais que frequentemente acompanham usuários de drogas, têm surgido cada vez mais casos de doenças.

– Está se explicando porque temos encontrado cada vez mais dependentes químicos com hipertensão, mesmo entre pessoas jovens. Também agora os pacientes estão precisando ser tratados clinicamente para diabetes – disse o médico.

Outros transtornos que têm “aumentado muito” são relacionados ao aumento de colesterol, triglicerídeos e lipídios. Para o médico, esse quadro era muito incomum, pois usuários de drogas pesadas tendem a ter menos gordura:

– Aumentaram muito os problemas na concentração de gorduras em pacientes que deveriam perdê-las, porque comem menos. Me parece que a resposta disso pode estar exatamente na mistura de outras substâncias na cocaína.

adrenalina é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais que aumenta os batimentos cardíacos, a frequência respiratória, e coloca o corpo em sinal de alerta. Normalmente é liberada quando estamos em situações de risco, realizando atividades esportivas, ou sob forte estresse. O efeito de doses grandes de adrenalina é um pouco parecido com aquele provocado pela cocaína. Ao adicionar o hormônio no narcótico, traficantes estão “falsificando” a droga.

– Acredito que (os traficantes) estejam diminuindo a quantidade de cocaína para fingir que a droga que estão vendendo é mais pura, mas na verdade aquele efeito que o usuário tem não é da cocaína e sim da adrenalina.

Droga Falsificada

Uma surpresa é que os traficantes estejam adulterando a droga dessa maneira no Brasil, onde o quilo de cocaína pode ser comprado pelo preço de R$1.400,00. Barato, se comparado com o preço em outros países, que pode ultrapassar os R$300 mil.

– Já havia informações de que isso era feito em outros países onde a cocaína é muito cara, mas no Brasil não se justificaria – disse o psicanalista.

O processo de misturar aditivos na fabricação da cocaína – também chamado de “malhar” a droga, é comum. No Brasil, substâncias de cor branca como pó de mármore, giz e mesmo pó de vidro já são usados para adulterar o produto e economizar a cocaína pura.

Outro problema de usar a droga adulterada com adrenalina é que o efeito negativo se torna ainda pior. A mistura das duas substâncias causa vasoconstrição, o que aumenta a concentração de cocaína no sangue e pode causar parada cardíaca imediata. O efeito é ainda mais perigoso em pessoas que já sofrem de ansiedade ou hipertensão, porque já possuem níveis elevados de adrenalina no sangue.

Além disso, a droga falsificada vicia ainda mais, porque o corpo precisa de mais cocaína para satisfazer a dependência:

– A pessoa tem a sensação de que consumiu a cocaína, mas a dependência química não fica satisfeita e então acaba usando mais quantidade da cocaína falsificada e consumindo mais adrenalina.

Tratamento

Pessoas em busca de tratamento para dependência química ou familiares de dependentes podem procurar a nossa clínica, ligando para o número (34) 3061-0101 (atendimento 24 horas).

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