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Alcoolismo: vício cruel
O descontrole em consumir bebidas alcoólicas acaba prejudicando o organismo e isso é fato. Porém, são alarmantes os dados que englobam os consumidores da bebida em todo o mundo, principalmente na América do Sul. O Brasil não fica para trás quando o assunto é “encher a cara”. Aqui os excessos ultrapassam limites. Adolescentes, idosos e mulheres se encontram na escala de grandes consumidores das drogas lícitas e ilícitas, mas quem lidera esse ranking são os homens entres 50 a 59 anos. Cerca de 19 milhões de pessoas são dependentes de álcool no país. O alcoolismo é a terceira doença que mais mata no mundo e é responsável também pelos danos ao corpo, ficando atrás somente da cocaína e do craque.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o álcool provoca 80 mil mortes anuais nas Américas, sendo que o Brasil ocupa a 5ª colocação entre os países com maior índice de casos por 100 mil mortes. Em casos de acidentes de trânsito, segundos dados alarmantes da Polícia Rodoviária, 85% dos condutores de veículos envolvidos em acidentes eram do sexo masculino e demonstravam sintomas de embriaguez.
Estudos apontam que o álcool é a droga preferida dos brasileiros, com um total 68,7% de pessoas que o consomem. O país ocupa o primeiro lugar no mundo em consumidores de bebidas destiladas, como a cachaça, por exemplo, e é um dos maiores produtores de cerveja do planeta. Só a companhia Ambev produz cerca de 35 milhões de garrafas da bebida por dia. Consequentemente, o uso dessa droga traz inúmeros problemas para a saúde, podendo comprometer as células do fígado, que apesar de se regenerarem rápido, não aguentam as lesões. Estas bebidas, quando consumidas em excesso, podem acarretar diretamente ao organismo 60 tipos de doenças e feridas.
Dentre elas estão a cirrose, pancreatite, hemorragias, hepatite, e outros danos físicos como degeneração dos ossos – devido ao ácido úrico elevado, que se encontra nas bebidas alcoólicas –, lesão cerebral, gerando a síndrome de Wernicke-Korsakoff, degeneração cerebelar, ambliopia, diversos cânceres situados na boca, no esôfago, fígado, epilepsia, arritmias, cardiopatias, hipertensão, entre outros.
O grande problema se encontra na falta de prevenção. No Brasil não há o apoio às prevenções contra o consumo exagerado dessa substância, pois as políticas específicas que ajudam a incentivar o não consumo do álcool ainda engatinham. Há uma falha grave neste ponto. As imensuráveis propagandas de bebidas alcoólicas muito bem produzidas, com a presença de belas mulheres, diariamente encantam e de certa forma atraem as pessoas a consumirem álcool, o que dificulta muito a ideia dos programas de prevenção.
O número de viciados vem crescendo a cada ano, com cerca de 78% dos jovens brasileiros que bebem diariamente e 19% que já são viciados. De acordo com o Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas, efetuado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), há um alerta de que o consumo de álcool por adolescentes de 12 a 17 anos já atinge 54%, sendo que 7% destes adolescentes já apresentam dependência.
O que fazer?
A única atitude possível é ele estar informado sobre a ação das drogas, suas conseqüências e tratar o dependente o quanto antes, forçando esta decisão o mais rápido possível, pois a informação lhe chegará a tempo de obter os melhores resultados no processo de recuperação.