31
mar

Ex-viciado em crack mostra como é possível vencer a batalha contra o vício das drogas

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Em uma daquelas histórias de superação que mostram como é possível vencer a batalha contra o vício das drogas. Celso Langner Junior, 33 anos, que foi viciado em crack durante quase duas décadas, hoje está livre da dependência química graças a suas habilidades manuais. “Trabalho com madeira, tijolo, massa, ferro, parte elétrica, telha e mais um pouco de tudo”, diz.

Há um ano e meio livre do vício do crack, ele conta que começou a usar a droga aos 12 anos, quando ainda frequentava a escola. “Peguei bem o início do crack aqui em Curitiba e logo me viciei. Meus pais eram separados, eu sofria muito no colégio, apanhava muito. E por tudo isso, acabei entrando de cabeça no mundo das drogas e larguei os estudos. Parei na 6ª série”, lembra.

O vício fez com que a vida de sua família entrasse em colapso. A mãe, Esther Gomes Ferreira, teve que abandonar o emprego para tentar cuidar do filho. “Tinha um emprego bom, mas tive de desistir para entrar nessa luta. Eram tempos difíceis, não tínhamos nada em casa, pois ele pegava tudo pra trocar por droga”, lembra. “Cheguei a arrancar um chuveiro da parede”, complementa Celso.

Mesmo tomado pelo vício, ele nunca deixou de lado suas habilidades como construtor, aprendidas ainda na infância por influência do pai e de um tio. Desde pequeno, ele domina a manipulação de madeira e ferro. Além disso, é um pedreiro de mão cheia e ainda constrói suas próprias ferramentas. “Nunca roubei pra pagar meu vício. Pelo contrário, fazia pequenas obras e reforma em troca de droga, utilizando tudo que eu tinha aprendido desde pequeno”, conta.

E foi justamente focando no conhecimento acumulado ao longo da vida que Celso conseguiu se livrar das drogas. O sinal de que já tinha chegado ao fundo do poço foi “ligado” quando chegou em casa e se deparou com o sofrimento da família. “Sabia que eu tinha que fazer alguma coisa. Então foquei no que eu sabia e gostava de fazer. Passei a trabalhar sem parar, construindo casas, móveis, fazendo pequenas reformas e tudo o que dava na cabeça”, lembra.

“Pau pra toda obra”

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Dentro da casa onde mora com a mãe, há diversos móveis feitos pelo ex-viciado. Para aumentar a área do imóvel, ele construiu uma nova cozinha e um ático, onde montou o quarto da filha. Na vizinhança é conhecido como “pau pra toda obra”. “Vivo fazendo pequenas reformas, calçadas e outros serviço pros vizinhos. É gratificante, porque antes eles fugiam quando eu andava na rua. Já hoje me chamam pra trabalhar dentro de suas casas, mostrando confiança em mim e no meu trabalho”, comenta, orgulhoso.

Hoje, passa seus dias na pequena oficina nos fundos da casa da família. Lá, ele acumula os materiais coletados pelos ferros velhos e obras da região e os transforma em algo útil. “Sigo muito na minha intuição e vou construindo o que dá na cabeça. Todos esses trabalhos que eu faço funcionam como uma terapia pra mim. As vezes acordo às cinco horas da manhã para vir trabalhar aqui no meu canto”, relata. Para Dona Esther, é um alívio ver o filho produzindo e longe das drogas. “É como se nossa vida tivesse começado de novo. Mudou tudo e pra melhor. E quero que ele vá mais longe, pois ele tem um dom de fazer qualquer trabalho manual com facilidade”, ressalta.

Sobre a possibilidade de transformar suas habilidades em um trabalho formal, afirma que ainda não é hora. “Estou me cuidando e quando estiver pronto, com certeza vou trabalhar numa empresa grande. Mas agora estou bem assim e quero continuar junto da minha família”, fala. “Mas quero que as pessoas saibam da minha história. Eu estava acabado e estou superando tudo graças a algo que eu amo fazer. E é isso que eu indico pra todos que passam pelas situações que passei. Se agarrem na família, em Deus e em algo que gosta. Tem que focar e manter a cabeça ocupada. Tenho certeza que tudo vai dar certo”, conclui.

Fonte: Caçadores de Notícias

20
mar

Quais são as drogas que causam crises de abstinência mais graves?

Publicado em Artigos Notícias

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A heroína e outros derivados do ópio, como a morfina, costumam provocar os maiores estragos quando um dependente experimenta a chamada síndrome de abstinência – um conjunto de sintomas que aparece quando a pessoa interrompe ou diminui o uso da droga. “Isso acontece porque o organismo já estava acostumado a receber a droga e reage à retirada abrupta”, diz o psiquiatra Cláudio Jerônimo da Silva, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No caso da heroína, tudo indica que o mal-estar da abstinência é mais grave por causa da composição da droga, que age como sedativo no organismo. Além disso, a substância vicia muito rápido e age profundamente no sistema nervoso central, causando uma séria depressão após o uso. “Além da heroína, outras cinco drogas têm crises de abstinência com sintomas físicos claros: a nicotina, o álcool, o crack, os tranquilizantes benzodiazepínicos, como Valium, e os barbitúricos, usados como remédios para dormir”, diz o toxicologista Anthony Wong, da Universidade de São Paulo. Substâncias como a cocaína e a maconha também causam crises. A diferença é que seus sintomas não incluem reações físicas diretas, mas problemas como ansiedade, nervosismo e comportamento violento, por exemplo.

Lista sinistra

Tentativas de largar substâncias podem causar dores, depressão e até alucinações

HEROÍNA

A droga vicia em apenas cinco doses e apresenta as crises de abstinência mais intensas, provavelmente por causa de sua composição e de seu efeito no sistema nervoso central. Junto com o mal-estar e a inquietação, a pessoa que pára de usar heroína tem aumento de pressão, dores musculares, insônia e vômitos.

COCAÍNA

A síndrome de abstinência tem três fases: primeiro vem a “fissura”, a vontade de usar a droga. Depois, a pessoa passa por um estado de sonolência. Por último, aparecem os sintomas de depressão, como angústia e irritabilidade. A pessoa pode se tornar dependente a partir da quarta dose.

CRACK

Também derivada da pasta de coca, a versão fumável e mais barata da cocaína causa sintomas de abstinência bastante parecidos com os da sua versão em pó. A principal diferença entre as duas substâncias é que as pedras de crack viciam ainda mais rápido, arrastando o dependente para o buraco em apenas duas ou três fumadas.

ÁLCOOL

A dependência vem depois de um consumo constante por alguns anos, mas a síndrome de abstinência tem efeitos brutais. O dependente tem tremores, aumento da pressão, fica agitado e perde a clareza para avaliar as coisas. Nos casos mais graves, podem aparecer alucinações e delírios.

MACONHA

A síndrome de abstinência é um pouco mais leve que a das outras drogas, mas também pode incluir sintomas graves — os principais são ansiedade, perda da capacidade de concentração, insônia e mau humor. Parte dos médicos acredita que a maconha vicia depois de dois meses de uso constante.

CIGARRO

Apesar de legalizada, a nicotina — a droga-base do cigarro — tem um alto poder viciante: a dependência pode ter início se o usuário fumar dezenas de cigarros em uma semana. Quando tenta parar, a pessoa sente ansiedade, angústia e inquietação. No trabalho, são comuns as perdas de concentração e de atenção.

Fonte: Mundo Estranho

10
mar

Grupo de brasileiros investiga a relação da obesidade com o alcoolismo

Publicado em Artigos Notícias

20140305120855929929iUm hormônio chamado leptina parece ter ligação com os dois problemas

Comparando a obesidade ao alcoolismo, o que tem sido feito por muitos cientistas no mundo, pesquisadores de várias universidades brasileiras, em um trabalho conjunto, apontam que as duas doenças têm algo em comum: a compulsão. A conclusão serve, segundo os responsáveis, como uma reflexão para auxiliar no tratamento de obesos.

“Comia o que aparecia na minha frente. Pizza, lasanha, doces. Chegava a passar mal de tanto comer, mas, assim que melhorava, comia de novo”, confessa a jovem Ludmila Rodrigues de Aguiar, 29 anos. Tendo alcançado os 179kg, Ludmila, que já passou por uma cirurgia de redução de estômago e hoje pesa 150kg, diz não saber o que a levou a perder o controle sobre a comida.

Pesquisadores das universidades federais do Paraná (UFPR), de São Paulo (Unifesp) e de Minas Gerais (UFMG) estão debruçados há pelo menos dois anos nesse trabalho, que tem como objetivo entender a perda de controle que uma pessoa tem diante da comida e um alcoolista, diante das bebidas etílicas. “Fizemos, nesse primeiro momento, vários modelos em camundongos com uma ingestão forçada de alimentos e com doses diárias de etanol. Vimos que tanto os que comeram quanto os que receberam etanol tinham genes comuns envolvidos no comportamento compulsivo, e esse foi o grande elo entre as doenças”, comenta a coordenadora do projeto, Ana Lúcia Brunialti Godard, bióloga e professora de genética humana da UFMG.

Segundo ela explica, esses genes estão relacionados à produção da leptina, um hormônio presente também em todas as pessoas e ligado à sensação de saciedade. “Percebemos, contudo, que, no caso da obesidade e do alcoolismo, ela está envolvida na compulsão. Mas não é só ela: há um conjunto de genes. Sabemos que, em uma pessoa normal, a leptina traz a sensação de satisfação depois que o indivíduo ingere uma quantidade de alimentos. Mas, naquela pessoa que não tem o controle sobre a comida, esse hormônio pode estar atuando no cérebro para que esse obeso nunca deixe de sentir fome”, comenta Godard, dizendo que o próximo passo da pesquisa é justamente saber quando e como esse hormônio atua. “Um paciente que sofre com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), por exemplo, também age com compulsão”, compara.

Fonte: Diário de Pernambuco

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