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Quando é a hora de internar o dependente químico?
Especialista alerta que a internação é indicada em casos em que o paciente e seu ambiente não dão conta de lidar com a doença
A dependência química é uma doença bio-psico-socio-espiritual que afeta não apenas o usuário de drogas e álcool, mas também sua família e as pessoas ao redor. Este pensamento é o ponto de partida para a compreensão do contexto que envolve a dependência, segundo o psicólogo Dionísio Banaszewski, que trata há mais de vinte anos da questão. Entendendo isso, é possível perceber que, nos casos de intoxicações mais agudas e crônicas em que o paciente não tem condições de decidir por conta própria e precisa de proteção, a internação é a forma de se garantir esse cuidado.
Para se entender os casos flagrantes de quando o paciente precisa desses cuidados, o psicólogo resgata exemplos que toda a sociedade tem acompanhado. “Veja o caso do jogador Casagrande, que foi internado ‘à força’ pela família e ficou sem contato com os familiares por sete meses, em tratamento. Hoje ele assume publicamente a doença e tem o apoio dos amigos e familiares. A abstinência é uma luta diária para o comentarista esportivo”, conta o especialista. Em contraste, ele lembra a história da cantora Amy Winehouse: “O pai da cantora relata que, quando ela estava internada, ele ficou penalizado, acreditou nas promessas de que ela largaria o álcool e as drogas e não percebeu que tratava-se de manipulação, um sintoma comum na doença dos usuários de drogas”. O resultado de ambos também é de conhecimento público: o jogador permanece na luta, mas a cantora recaiu e não sobreviveu.
De acordo com o psicólogo, o primeiro passo é um bom diagnóstico psicológico, com conhecimento e profundidade, acompanhado de um diagnóstico biológico, para saber até que ponto a doença já atingiu o indivíduo. “Na maioria dos casos, quando surgem os problemas orgânicos e se instala a dependência física, a situação já está caminhando do moderado para o grave”, ressalta.
O psicólogo comenta que a dependência química é um desafio constante para os profissionais das mais diversas áreas que tratam a questão, desde os médicos, psicólogos e outros terapeutas e tratadores. Portanto, há que se ter muita paciência e humildade para poder ajudar na recuperação dos pacientes. “Há muitos profissionais da área que se vestem de arrogância e acham que curam sozinhos seus pacientes. Mas se não houver uma parceria muito solidária entre a família, o paciente e os terapeutas, não haverá sucesso”, conclui o especialista.
Fonte: bonde.com.br