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98 novas drogas sintéticas surgiram em 2015
Levantamento do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência mostra que surgiram 98 novas drogas sintéticas em 2015 e, nesse ano, já são pelo menos 20. Com fabricação fácil, menor preço e até propaganda na internet, esse tipo de droga é um perigo e está ganhando espaço muito rapidamente. E uma regra vale praticamente para todas as drogas sintéticas: bombas de substâncias alucinógenas altamente perigosas concentradas em poucas gramas.
Vendida como aromatizador de ambiente, a maconha sintética tem inúmeros nomes e incontáveis fabricantes. No Brasil, conhecida como incenso do diabo, a droga pode ser muito mais forte do que a canabis tradicional.
O maior fabricante desse tipo de droga é a China, de onde elas se espalham para o mundo todo. A quantidade de novas combinações dificulta a atuação dos órgãos públicos para proibir e fiscalizar as substâncias, abrindo espaço para o livre comércio.
As drogas anteriores, as drogas ditas tradicionais, a pessoa precisava conhecer alguém para poder comprar. Essas, não. E como não são, nem todas são ilegais, o que aconteceu: empreendedores começaram a se introduzir na área e a fazer marketing. De repente em uma área das drogas, que era tudo escondido, agora existem campanhas de promoções, ofertas, temos cartões de fidelização, portanto todas essas coisas acontecem.
No último dado de 2014, a estimativa é de que até 1,6 milhão brasileiros já tenham experimentado algum tipo de droga sintética. O número praticamente dobrou em apenas dois anos e pode ter alcançado o 3 milhões. A multiplicação da droga se deve à facilidade do comércio com auxílio da tecnologia, das redes sociais. Então ela é um desafio novo sob vários aspectos, não só pelo componente químico diversificado, mas também da forma de distribuição e das formas de uso das drogas tradicionais.
O desafio já se reflete nos números da Polícia Federal, principalmente em relação ao ecstasy, uma das principais drogas sintéticas. Nos quatro primeiros meses de 2016, foi apreendida apenas 1% da média anual dos últimos três anos. As drogas químicas podem ser fabricadas em quarto de hotel pela característica da droga. Então isso forma parte de uma realidade que tem que ter um olhar distinto. Isso dificulta o trabalho da polícia. Não só isso que dificulta, dificulta também a característica da droga.
Em toda a Europa, as autoridades fizeram 50 mil apreensões de drogas sintéticas no ano passado, recolhendo quatro toneladas de substâncias. Já no Brasil, os dados da Polícia Federal apontam a apreensão de pouco menos de 6,7 mil comprimidos de ecstasy neste ano.
Pra piorar a situação, as misturas não são controladas e os laboratórios do tráfico não se preocupam com a qualidade de seu produto, tornando a droga mais perigosa ainda. Os levantamentos que foram feitos mostraram que 40 a 50% do que é vendido como ecstasy na verdade é anfetamina. Anfetamina é risco de você ter pressão alta, de ter uma sobrecarga no coração e poder ter um infarto, até mesmo sendo jovem. São os riscos muito parecidos com os da cocaína. E nesse caso a anfetamina associada com a cocaína é pior ainda, você dando duas coisas que tem esse risco, o risco aumenta ainda mais..
A cocaína, por sua vez, aumenta ainda mais o risco de um problema cardíaco. Causadora de até um a cada três infartos em jovens, a droga é recorrentemente associada a outras drogas sintéticas. Uma dose muito pequena pode causar infarto. A pessoa pode usar por diversas vezes e não ter nada, seja muito ou pouco, mas um dia pode infartar mesmo usando pequena quantidade. Não tem medida segura para a droga, nem em tempo de uso, nem em dose.
Por mais que possam parecer menos perigosas, as drogas sintéticas podem ser devastadoras. A cultura é droga estimulante, que leve à alegria, à festa, à comemoração. Pelo fato de essas drogas serem mais baratas que a cocaína, é mais fácil o tráfico delas também, que em vez de pacotes de pó, transportados por caminhões, são comprimidos. O efeito é mais agudo e um pouco mais potente também, uma falsa noção de que é uma droga mais suave. Ela é, em curto prazo, mas a médio e longo prazo ela é tão pior quanto com um poder de induzir dependência muito grande, principalmente a metanfetamina.