28
nov
Pesquisa tem potencial para melhorar tratamentos contra o alcoolismo. Cientistas usaram ratos, mas pretendem confirmar relação com humanos.
Cientistas britânicos descobriram que um gene regulador do consumo de álcool, quando defeituoso, pode levar à ingestão excessiva da substância. O estudo foi feito com ratos, mas, se confirmada em humanos, tem potencial para melhorar os tratamentos contra o alcoolismo no futuro.
Os pesquisadores ofereceram água e bebida com álcool para ratos normais e também para geneticamente modificados. Para os animais normais, a preferência era sempre por água, enquanto os ratos com genes modificados optaram, 85% das vezes, por bebidas alcoólicas. Os cientistas pretendem agora descobrir se o comportamento também será igual em seres humanos.
A pesquisa envolveu cinco universidades britânicas, além de uma unidade do Conselho de Pesquisa Médica, e concluiu que a modificação genética tem ligação direta com a preferência pelo álcool e até com o excesso do consumo da substância.
Fontes: Globo News
27
nov
A possibilidade de recorrer às lembranças armazenadas na mente para ajudar no tratamento de doenças é tema de um conjunto robusto de estudos recentes. Há experimentos nessa linha visando melhorar o tratamento da depressão, do alcoolismo e até para ajudar as pessoas a planejar melhor o seu futuro.
Um dos trabalhos mais interessantes foi feito pelo cientista Tim Dalgleish, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e teve como alvo a depressão. Primeiramente, Tim e seus colegas convidaram pacientes a reunir 15 recordações positivas. Pesquisas anteriores haviam indicado que recordar situações felizes melhora o humor de quem convive com a enfermidade. Além de comprovar esse dado, os pesquisadores queriam saber qual seria a estratégia mais eficiente para facilitar o acesso a esse banco de boas lembranças e mantê-las vívidas, uma vez que a doença tende a apagar seu brilho. Por isso, o segundo passo foi pedir aos voluntários que organizassem as lembranças empregando métodos diferentes. Enquanto uma ala associou suas reminiscências a um local ou objeto que pudesse ser usado como um gatilho para trazê-las à tona (a visão de um prédio no caminho do trabalho, por exemplo), a outra as agrupou por semelhança. “Aqueles que usaram a técnica de vincular as memórias a locais ou objetos tiveram resultados significativamente melhores”, concluiu Dalgleish.
Autora de pesquisas polêmicas, a psicóloga Elizabeth Loftus, da Universidade da Califórnia (Eua), estuda de que modo a criação de falsas memórias pode ser útil no controle do alcoolismo e da obesidade. Com esse objetivo, recrutou 147 universitários que se dispuseram a responder a um questionário sobre os seus alimentos e bebidas preferidos antes dos 16 anos. Foram também estimulados a relatar se alguma vez passaram mal após tomar muita vodca ou ingerir rum e questionados se isso realmente aconteceu.
Uma semana depois, receberam seus perfis traçados pelos pesquisadores. Embora a maioria dos textos se restringisse às informações dadas pelos jovens, alguns continham relatos falsos de enfermidades sofridas na adolescência por causa de consumo excessivo de rum ou vodca. Após recontar o que tinha acontecido e preencher outro questionário, cerca de 20% dos participantes realmente assumiram essas memórias inventadas como verdadeiras. A maioria deles reduziu o consumo da bebida associada ao mal-estar. Em trabalhos anteriores, a cientista havia constatado que pessoas que acreditam ter ficado doentes na infância por ter ingerido determinado alimento passavam depois a evitá-lo. “Imaginamos que usar essa engenharia da mente pode direcionar as pessoas para uma vida mais saudável”, disse a pesquisadora.
A estratégia de criar falsas memórias desperta críticas. Mas a cientista ressalta que esse pode ser um recurso para usar a maleabilidade da memória a nosso favor. “O que é preferível: um garoto saudável com um pouco de falsa memória ou com diabetes e obesidade?”, questiona Elizabeth. Experimentos como esse despertam a atenção da comunidade científica. “São pesquisas valiosas para se conhecer melhor os mecanismos da memória”, diz a neurologista Dalva Poyares, da Universidade Federal de São Paulo.
Na Universidade de Harvard (Eua), o cientista Daniel Schacter investiga as semelhanças entre o que se passa no cérebro quando lembramos de acontecimentos do passado e o que imaginamos para o futuro. Com exames de imagem, ele constatou que as duas situações mobilizam as mesmas áreas, como o hipocampo e o córtex pré-frontal. “Portanto, não é surpreendente que alguns desses eventos imaginados possam realmente se transformar em falsas memórias”, disse Schacter à ISTOÉ.
O cientista também estuda maneiras de fazer com que as pessoas comecem a usar o banco de lembranças para que consigam planejar o futuro e tomar as melhores decisões. “Quando usamos as informações guardadas na memória, ficamos mais propensos a ser menos impulsivos e mais ponderados nas decisões a longo prazo”, garante o pesquisador. No Brasil, o cientista Ivan Izquierdo, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e mundialmente reconhecido por suas investigações sobre a memória, testa, em animais, métodos para impedir que lembranças traumáticas subam à tona. “No futuro, essas técnicas poderão ser aplicadas no tratamento de males como estresse pós-traumático, no qual é imprescindível lidar melhor com o evento que causou o problema”, explica Izquierdo.
Fonte: Isto É
25
nov
O consumo de bebidas alcoólicas por crianças e adolescentes, cujo combate é o objetivo da Lei Antiálcool, aumenta as chances de desenvolvimento de alcoolismo na fase adulta. De acordo com pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), realizada este ano com base em entrevistas com 17 mil adolescentes do ensino médio de 789 escolas públicas e privadas de todo o País, um simples gole ou experimentação de bebidas antes dos 12 anos aumenta em 60% as chances de consumo abusivo de álcool no futuro. Segundo especialistas, além de prejudicar o desenvolvimento, a substância causa consequências comportamentais e alterações no sistema imunológico.
A pesquisa também constatou que, dentre os estudantes que afirmaram ter consumido algum tipo de bebida alcoólica na vida (82% dos entrevistados), 11% experimentaram antes dos 12 anos. Acostumado a atender casos de internação por alcoolismo cada vez mais precoces, o terapeuta holístico João Alberto Correia Maia conta que não existem níveis seguros de consumo de álcool na infância e adolescência. “A ingestão de bebidas, apesar de ser cultural, não deve ser incentivada pelos pais, até porque não se sabe se o jovem possui ou não predisposição para desenvolver a dependência”, afirma.
Proprietário de uma clínica para dependentes, João ressalta que as pessoas estão iniciando cada vez mais cedo no álcool. “Cerca de 90% dos pacientes que chegam para internação relatam ter ingerido álcool pela primeira vez antes da maioridade”, declara. Segundo ele, a substância afeta o sistema nervoso central, que não está totalmente desenvolvido até a adolescência. “As consequências são problemas comportamentais, como ansiedade e agressividade”, expõe. “Já houve casos de pacientes com dependência aos 12 anos”, exemplifica.
Também para a professora da disciplina de Saúde Coletiva do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Sorocaba, a infectologista em saúde pública Rosana Maria Paiva dos Santos, a ingestão precoce de álcool contribui para desenvolver a dependência cada vez mais cedo. “O consumo começa na casa, muitas vezes por influência dos próprios pais, e assim o hábito torna-se dependência, podendo evoluir até para uso de outras drogas”, diz. A atitude, que para ela representa a tentativa dos pais de controlarem a ingestão de bebidas, resulta em efeitos contrários. “As crianças e adolescentes passam a associar a substância a momentos agradáveis e o uso torna-se generalizado”, ressalta.
Um trabalho comunitário coordenado pela professora e desenvolvido pelos alunos de medicina confirma a iniciação precoce no álcool. “43% dos jovens entre 10 e 18 anos que atendemos já afirmaram ter experimentado bebida alcoólica”, destaca a médica. Feito há três anos, o estudo avalia crianças e adolescentes em áreas de vulnerabilidade social de Sorocaba, nos bairros Aparecidinha, Vila Sabiá, Habiteto, Nova Esperança e Vitória Régia. “Trabalhamos com a conscientização nessas regiões, a fim de evitar futuros problemas decorrentes do álcool”, finaliza, enfatizando a importância da prevenção.
Fonte: Cruzeiro do Sul
21
nov
O secretário nacional de Políticas sobre Drogas, Vitore Maximiano, destacou nesta quinta-feira, em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, que 80% dos usuários de crack manifestam desejo de buscar tratamento. Este é um dos dados do estudo “Estimativa do número de usuários de crack e/ou similares nas capitais do País”, encomendado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Conforme Maximiano, a maior parte dos usuários quer algum tipo de ação social como tratamento, mais do que um tratamento de saúde. Ele enfatizou ainda que o uso do crack está, em geral, associado ao uso do álcool. “É a droga que mais gera problemas para a família brasileira”, enfatizou.
Foco em adolescentes e no Nordeste
A pesquisa mostrou que os usuários regulares de crack ou de formas similares de cocaína fumada (pasta-base, merla e oxi) somam 370 mil pessoas nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
Segundo o secretário, isso representa 0,8% da população nas capitais brasileiras. Segundo ele, chama atenção o fato de que 50 mil usuários são menores de 18 anos, o que demanda políticas públicas específicas para adolescentes.
“A prevalência é maior nas capitais do Nordeste do que nas próprias capitais do Sudeste, o que também nos chamou bastante atenção, na medida em que os meios de comunicação têm mostrado o problema sobretudo nas grandes cidades do Sudeste”, complementou.
Ações
Entre as ações do governo, o secretário destacou o programa de financiamento de vagas para usuários em comunidades terapêuticas, sendo 4.070 vagas ofertadas em todos os estados brasileiros. “As comunidades realizam acolhimento, e não internação”, explicou.
Ele citou ainda o programa nacional de teleatendimento, que funciona 24 horas por dia, com 80 consultores contratados, que podem auxiliar familiares, professores e os próprios usuários.
Fonte: Jornal do Brasil
20
nov
13
nov
Eles venceram mais uma vez! Giovanni Andrade, ex-morador das ruas de São Paulo e dono do cinturão de boxe e David Valente, há seis anos no MMA, longe das drogas garantiram a vitória no “Nocaute às Drogas”, evento de artes marciais que levou histórias de superação e incentivo ao esporte.
Os dois combates foram esperados ansiosamente no evento que reuniu diversas lutas amadoras e profissionais, que movimentou mais de cinco mil pessoas e agitou o Ginásio do Rexona em Curitiba, dia 10 de novembro, sob a organização dos grupos voluntários “Curitiba Te Quero Sem Drogas” e “Força Jovem”.
“A luta é contra o que vem destruindo a juventude”, disse Andrade recordista de nocautes na categoria supergalo, que venceu o argentino L.A Severo. Ele dividiu um pouco de sua história desde que saiu da Bahia, mendigou em São Paulo e hoje é reconhecido mundialmente através do esporte. Exemplo seguido pelo atleta David Valente que, literalmente, nocauteou as drogas e levantou o público com sua esperada vitória dentro do octógono. Ele se livrou do vício através do esporte, e hoje vive das artes marciais. “Cheguei a vencer combates drogado, então pensei que meu rendimento poderia ser melhor sem as drogas”, comemora.
Franky Wisley, também garantiu sua primeira vitória no MMA profissional com o apoio de sua mãe, que se realiza ao vibrar pelo filho herdeiro de sua paixão pelas artes marciais. Para ele, esse esporte pode ser o caminho para que os dependentes se desenvolvam socialmente. “Das pequenas coisas que conseguimos superar às mais difíceis.“ Ele destacou ainda que, através de autoridades, eventos como esse “alcançam jovens, ajudam no crescimento do esporte e da cidade”.
O idealizador do evento e presidente da Frente Parlamentar Contra o Crack, Valdemir Soares, comemora o sucesso do “Nocaute às Drogas”, com foco no estímulo de práticas esportivas e alerta sobre as consequências negativas do consumo de drogas. “O crack tem ceifado milhões de vidas. Centenas de voluntários, que já foram ressocializados através de palestras do movimento ‘Curitiba Te Quero Sem Drogas’ e de eventos esportivos, começaram o processo de desintoxicação e hoje são jovens livres da droga e multiplicadores da mensagem de conscientização”, salienta o parlamentar.
Fonte: Paraná Shop
12
nov
A transformação radical de um veterano de guerra norte-americano registrada em vídeo, rendeu mais de 12 milhões visualizações no YouTube. Jim Wolf viveu durante décadas na rua e foi vítima da miséria e do alcoolismo. O vídeo mostra, em dois minutos e meio, a sua primeira transformação radical no sentido da reabilitação.
No vídeo, Wolf explica que, em setembro passado, rendeu-se ao convite da ONG “Degage Ministries”, que se encarrega de reinserir os veteranos de guerra em situação de indigência, tanto nos EUA como em outros países do mundo. A primeira grande transformação de Wolf começa pelo seu aspeto físico, um fato que ficou registado em vídeo em forma de “timelapse”. Já com a barba e o cabelo cortados e arranjados e vestido com um terno, o ex-militar vê-se no espelho, sorri e abraça quem o ajudou a dar o primeiro passo no sentido da reabilitação.
De acordo com a ONG que o apoia, Wolf tomou controle da sua vida, aguarda que lhe seja cedida uma casa e frequenta as sessões dos Alcoólicos Anônimos.
Fonte: Jornal de Notícias