09
dez

7 sinais que podem indicar que seu filho está usando drogas

Publicado em Artigos Reflexão

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Uma dos maiores medos e dúvidas dos pais é que os seus filhos comecem a usar drogas e se tornem dependentes químicos. Às vezes os primeiros sinais estão tão próximos porém, quando não se entende do assunto, muitos pais não percebem o início em que o adolescente começa a se envolver com as substâncias químicas por simples curiosidade que costumam ter na fase de adolescência.

É muito importante que os pais estejam atentos aos comportamentos dos seus filhos e façam um acompanhamento de forma sutil. É essencial prestar atenção em alguns sinais que podem estar associados ao consumo de drogas.

É importante ressaltar que certas mudanças de atitudes isoladas podem ser decorrentes de diversos motivos, como problemas na escola, problemas ligados à sua aceitação pessoal , crise de identidade, ou até mesmo o fim de um relacionamento, por exemplo. Mas é fundamental que os pais estejam atentos a qualquer alteração brusca na vida do filho. Algumas vezes é necessário procurar ajuda de um profissional para entender o que está se passando com o adolescente.

1 –  DIFICULDADE DE ADMINISTRAR O DINHEIRO

Dificuldade em administrar o dinheiro da mesada, por exemplo, pode ser um sinal de problema. O hábito de mentir e pedir dinheiro são dois dos sinais mais preocupantes segundo os psicólogos. Os pais também devem ficar atentos se não estão desaparecendo objetos de valor da casa.

2 – MENTIRAS x MANIPULAÇÃO

Os pais devem ficar atentos em comportamentos como mentiras corriqueiras e se o filho passa a simular situações ou tenta manipular os próprios pais.

3 –  FALTA DE APETITE OU EXCESSO DE APETITE

Mudanças no apetite, como sentir mais ou menos fome sem explicação, também é um sinal que os pais devem observar. Algumas substâncias químicas fazem o jovem sentir mais fome do que o normal e outras fazem ele perder peso rapidamente pelo fato de fazerem não sentir fome.

4 – FALTA DE CONCENTRAÇÃO 

Outro sinal que deve ser levado em consideração é quando o seu filho começa a ter dificuldade em cumprir tarefas no tempo estipulado por se dispersarem e não conseguirem manter a atenção.

5 – AGRESSIVIDADE SEM MOTIVOS x DEPRESSÃO

Outro sinal importante é observar se comportamento do filho está mais agressivo e sem motivos. Mas também é possível que ele se torne mais emotivo, depressivo, queira se isolar ou até mesmo criar um “mundo” só seu como se estivesse apático.

6 – TROCAR O DIA PELA NOITE x SONO EXCESSIVO

Algumas mudanças bem clássicas de que a pessoa está fazendo uso de alguma tipo de substância química, está relacionada às mudanças no sono, trocando o dia pela noite ou dormindo o dia todo. Também ao acordar, se a pessoa se sente cansada até que esteja novamente em contato com a droga usada.

7 – MUDAR DE GRUPO DE AMIGOS x AUSÊNCIA DA FAMÍLIA 

Outro sinal que os pais devem observar é a mudança radical do grupo de amigos. Observe os novos amigos que andam com o seu filho e preste atenção se existe algum isolamento familiar. Quando o jovem começa a se envolver e ficar dependente químico, ele tende a ter um grupo que o procura com maior frequência e sempre em horários que deveriam estar dormindo.

Apesar desse tema ser algo muito vasto, separamos apenas 7 sinais de que o seu filho pode estar usando drogas. Os sinais relatados não devem ser avaliados de maneira isolada, mas podem servir como indícios de que o jovem precisa de atenção extra.

18
nov

Superação: jovem vende água na rua vestido de garçom após vencer as drogas

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Ex-usuário de drogas, Thiago dos Santos Pires, de 27 anos, venceu a batalha contra a dependência química e, vestido de garçom, hoje ganha a vida vendendo água mineral no sinaleiro que fica no cruzamento de duas avenidas movimentadas de Goiânia. Ele encontrou no trabalho a chance de recuperar a convivência com o filho de 4 anos, que, segundo ele, não o vê há pelo menos dois anos.

Usando camisa branca, gravata borboleta, calça e sapatos sociais, Thiago serve os clientes em uma bandeja areada, onde apoia o balde com as garrafas imersas no gelo, e lucra cerca de R$ 800 por semana. O pequeno jarro de flores sobre a bandeja traz sofisticação ao trabalho do vendedor que nunca soube o que é uma vida luxuosa.

“Eu comecei vendendo água vestido normal, de bermuda, camiseta, mas percebi que não rendia muito e, às vezes, até via um pouco de medo dos motoristas”, conta o jovem.

“Minha mãe é auxiliar de serviços gerais e sempre trabalhou muito pra dar o pouco que a gente, nove irmãos, tinha”, conta o jovem. Aos 16 anos de idade ele saiu de casa para ir em busca do pai, que até então não conhecia. A partir daí a vida dele “saiu dos eixos”, conforme diz.

“Foi nessa época que me envolvi com amizades que me fizeram afundar nas drogas”, conta Thiago, que passou a morar com o pai em Senador Canedo, na Região Metropolitana da capital. O jovem conta que, quando era usuário de drogas, esteve muito próximo de se tornar um criminoso.

“A gente entra num grau de dependência tão grande que eu comecei a me envolver com gente perigosa e quase fui aliciado pelo tráfico”, revela.

O vendedor lembra que alguns amigos tentaram ajudá-lo, o incentivando a procurar ajuda. Ele se submeteu a um tratamento de um mês em uma clínica de Goiânia e saiu acreditando que estava recuperado.

Após o tratamento  ele conheceu a ex-companheira, com quem namorou 6 anos e teve um filho de 4 anos, o Yago, de quem ele fala com os olhos cheios de lágrimas. “O melhor presente que eu poderia ganhar era ele [o filho]”, diz emocionado.

Thiago conta que conheceu a ex-companheira em um pagode e chegaram a morar juntos nos três últimos anos do relacionamento. O casal se separou depois de uma recaída do jovem. Em meio à bebida e uso de cocaína, o vendedor teve um surto que fez a mulher se afastar, o proibindo de encontrar com o filho.

Depois desse episódio, o jovem morou quase seis meses na rua, gastando tudo o que tinha com drogas e completamente afastado da família. “Eu estava mendigando, completamente humilhado, pensei até em me matar”, desabafa. Thiago conta que a mãe sempre pegava cestas básicas em uma igreja católica da cidade e pensou em ir até lá buscar ajuda.

“Eu pensei, se eles ajudaram tanto a gente quando éramos pequenos, podiam me ajudar a sair dessa vida”, conta.  Ele foi até à igreja. Lá, o convidaram para passar por um tratamento de reabilitação para combater a dependência química.

Segundo Thiago, foram 9 meses de um tratamento de saúde e espiritual. “Quando a gente passa por tudo isso, fica difícil a gente sozinho conseguir vencer, não existe força, tem que buscar em Deus”, disse. Ele recorda-se que, de dependente químico, passou a ser monitor do projeto e, livre das drogas, ajuda outras as pessoas a vencer o vício.

Sonho

Além do trabalho no sinaleiro, o jovem participa da Pastoral de Rua da igreja, onde ajuda a fazer comida para moradores de rua e famílias carentes. Thiago diz que sonha em um dia se tornar um chef de cozinha. “Desde pequeno eu cozinho. Comecei por obrigação, pra ajudar minha mãe a cuidar dos meus oito irmãos. Ainda vou estudar gastronomia”, revela o jovem.

Enquanto devolve dignidade à sua vida ganhando o próprio dinheiro com trabalho honesto, o vendedor já faz planos para um futuro que, para ele, está muito próximo de se tornar presente. “Não vai demorar muito, vou voltar a pagar pensão para o meu filho e dar pra ele tudo o que eu nunca tive, carinho de pai”, afirma Thiago.

06
nov

O álcool é mortal e a pior das drogas

Publicado em Artigos Reflexão

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Com tanta droga fazendo mal por aí, quem diria que o álcool seria a pior, não é mesmo? Mas na verdade o álcool é mortal e a mais perigosa das drogas.

A maioria das pessoas estreiam na vida do álcool ainda na adolescência. Dizem as más línguas que o primeiro porre a gente nunca esquece. Desde muito cedo em nossas vidas, o álcool é associado a popularidade. O grupinho mais legal sempre parece ser aquele que bebe a mais tempo. Quando saímos, se não bebemos com os amigos, somos os chatos e caretas. Todo mundo se gaba por causa daqueles goles a mais tomados em certa festa. Mas a grande questão é que, de todas as drogas, o álcool é o assassino em série mais perigoso. Além do alcoolismo em si, também tem alguns outros pontos fortes, que não podemos esquecer. Veja alguns e descubra porque o álcool é mortal.

O Álcool é Mortal

Nas estatísticas mundial coligadas à drogas, ele é o com maior índice de mortes. O álcool mata pessoas de diversas idades, de várias maneiras. Pra você ter uma ideia, a incidência de morte é maior entre pessoas com 16 a 60 anos. Ou seja, o leque é gigante. As mortes relacionadas ao álcool são decorrentes a doenças provocadas por alcoolismo, abuso e overdose da bebida alcoólica, acidentes de trânsito causados por pessoas alcoolizadas e ações comportamentais causadas pelo efeito do álcool. Ou seja, quando você está alcoolizado, as suas chances de morrer não aumentam um pouco. Elas aumentam muito! Se você ler pesquisas e estatísticas sobre mortes relacionadas ao álcool, você vai se surpreender.

Aumenta o índice de estupros

Em uma boa parte do mundo, ter relações sexuais com alguém altamente alcoolizado é considerado estupro. A teoria (e a prática!) é que uma pessoa altamente alcoolizada não tem noção do que está acontecendo e não consegue tomar uma decisão sobre as suas ações. Isso falando da vítima. Se o agressor estiver altamente alcoolizado, ele pode achar que a vítima está interessada, sem que ela esteja de fato. A nossa noção e impressão das coisas mudam muito quando estamos alcoolizados. Portanto, bebeu demais? Esqueça o sexo e vá pra casa dormir. Seja você homem ou mulher. Mas vamos combinar, o melhor é não beber até cair. Quando você ainda não está alcoolizado, você pode evitar uma agressão.

A pior droga para segurança pública

Quando você pensa em qual seria a droga com maior índice de violência, logo viria à sua mente crack ou metanfetamina. Mas, segundo índices mundiais, o álcool é a droga mais violenta. Ainda não se sabe se é por conta da ação da bebida ou se é por conta da sua disponibilidade facilitada por todos os cantos das cidades, mas a verdade é que o álcool é, das drogas, o maior causador de violência, baderna, depredação e crimes. Ou seja, resolvendo o problema do alcoolismo ou excesso de consumo da bebida, poderia ajudar a resolver os problemas de segurança pública.

Aumento do abuso infantil

Um dos fatos mais terríveis sobre a humanidade, é que alguns adultos abusam de crianças. Seja do modo sexual ou outros tipos de abusos, como largar, ser negligentes, agredir ou simplesmente por decidir fazer da vida da criança um verdadeiro inferno. Alguns adultos já são assim naturalmente, agora, imagina se você adicionar uma dose de álcool nisso.

Estudos comprovam que crianças, filhos de pais alcoólatras, tem de 2 a 13 vezes mais chances de experimentarem uma situação terrível em casa. Sem mencionar o fato de muitas crianças terem que presenciar suas mães serem agredidas dentro de casa por conta de um pai bêbado. Se ambos os pais tem problemas com o álcool, então as chances da criança ficam em 13 vezes mais possibilidades de uma infância muito, mas muito ruim.

Vale lembrar que não é apenas a bebida alcoólica que prejudica ou mata toda uma sociedade. Todas as drogas são ruins e prejudiciais à saúde. Apesar de não existir sequer um caso de overdose por maconha, ela também não está livre dos problemas que as drogas podem causar, sejam eles físicos, de saúde ou nocivos à sociedade. O álcool só tem mais destaque, por ser a droga liberada e vendida em muitos lugares.

Seja consciente e responsável com a bebida alcoólica. Sob o efeito do álcool você nunca sabe o mal que está fazendo a si ou aos outros.

19
out

Consumo de crack é maior entre as mulheres, aponta Fiocruz

Publicado em Notícias Reflexão

Pesquisa nacional revela que homens ainda são maioria, mas o número de mulheres está crescendo assustadoramente. Enquanto eles fumam em média 13 pedras por dia, as mulheres chegam a fumar 21.

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Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que há 370 mil usuários de crack nas 26 capitais e no Distrito Federal. Os homens ainda são maioria, mas o número de mulheres, inclusive grávidas, viciadas está aumentando. Além disso, elas consomem mais pedras de crack diariamente. Enquanto os homens fumam em média 13 pedras por dia, as mulheres chegam a fumar 21.

Violência sexual e o risco aos futuros filhos

Ainda segundo o estudo, mulheres fumam mais pedras por dia do que os homens porque elas conseguem, muitas vezes por meio da prostituição, mais dinheiro para comprar a droga. Mas as mulheres também afirmaram sofrer violência sexual, com 44,5% das entrevistadas dizendo que já sofreram abuso, o que resulta no alto índice de gravidez entre as viciadas, 10%.

Juntando o maior uso de pedras, a troca de pedra por sexo e a violência, vê-se aí a possibilidade de haver uma gravidez indesejada no percurso deste uso, o que vai gerar os chamados dos órfãos do crack.

O uso do crack durante a gravidez afeta diretamente o bebê. Tudo o que circula no corpo da mãe também circula no corpo da criança, inclusive a droga. A substância pode interferir no desenvolvimento da placenta, que pode se descolar do útero. O bebê corre o risco de nascer prematuro. Além disso, o crack influencia na formação do sistema nervoso do feto.

O bebê nascendo com pouco peso, com uma possibilidade menor cerebral, apresentando alguns dos sintomas relacionados com o uso do crack da mãe. Por exemplo, ele pode ter convulsões ao nascer, ter tremores, ser um bebê irritadiço, que se assusta com facilidade, que com qualquer movimento, qualquer pancada ele responda ansiosamente. Tanto pesquisas nacionais como internacionais mostram que talvez o maior dano provocado à criança pelo uso do crack pela mãe, seja um dano tardio. Como o crack vai mudar a configuração cerebral, influenciar nas sinapses, nas conexões cerebrais. Tardiamente, em torno de 6, 7 anos, quando ele entra no período escolar, ele vai ter uma grande dificuldade de aprender conceitos, grandes dificuldades cognitivas, principalmente na aprendizagem da matemática.

O filho de uma dependente de crack também pode desenvolver o transtorno do déficit da atenção e hiperatividade (TDAH). São crianças hiperativas, inquietas e que apresentam essa dificuldade no aprendizado.

Fonte: G1

06
maio

“Larguei a escola pelo bar”: o drama dos jovens que lutam contra o alcoolismo

Publicado em Notícias Reflexão

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Fernanda*, 19, e Roberta*, 22, começaram a beber para curtir, mas se tornaram um dos 1,6% dos jovens brasileiros em idade escolar que fazem uso pesado do álcool.

Aos 13 anos de idade, Roberta não tinha muito o que fazer depois da aula no bairro onde morava, na extrema zona leste de São Paulo. O rolê favorito dela e dos amigos era matar o tempo em uma pista de skate que estava sempre vazia, e trocar ideia em tardes muito loucas regadas a pinga barata ou vinho de barril. “Não era o álcool em si, mas a situação. Queria estar com as pessoas, me desinibir”, ela lembra. “Era para ficar muito louca. Não interessava o que estava bebendo, podia ser gasolina. Não tinha nenhum pingo de moderação.”

A história de Roberta se repete todos os dias Brasil afora. Segundo o 6º Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio, divulgado em 2010 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), os jovens bebem pela primeira vez, em média, aos 13 anos.De acordo com o Cebrid, os jovens brasileiros tem o primeiro contato com o álcool aos 13. O estudo dá conta que 60,5% dos adolescentes de 10 a 18 anos já consumiram bebida alcóolica pelo menos uma vez na vida e 1,6% já faz uso pesado, com mais de 30 vezes por mês. “Alcoolismo na adolescência não é comum, mas um excesso cada vez mais presente. E os jovens estão começando a beber mais cedo”, explica o Dr. Arthur Guerra, fundador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas, da Universidade de São Paulo.

Vítima de bullying na escola, Roberta usava o “goró” como uma escapatória, tanto do tédio como da timidez. “Você nunca é aceita em um ambiente, mas finalmente se sente parte do grupo. Então você quer estar por dentro. O álcool ajuda a perder o medo de socializar”, ela diz. De acordo com a Dra. Ana Cristina Fraia, este é o primeiro indício de uma relação problemática com a bebida. “Em vez de criar estratégias para se sair melhor em uma conversa, está começando a depender do álcool.”

Para Roberta, a situação se tornou mais evidente quando não conseguia nem desenvolver funções básicas do dia a dia sem estar alcoolizada. “Na escola eu matava aula com a turma para beber, mas, na faculdade, eu fazia isso sozinha. Não era mais uma questão social”, conta. A paulistana, hoje aos 22 anos e professora, transformou o álcool em refúgio, usado no início da vida adulta como calmante — e tudo por culpa de uma brincadeira com os amigos. Fernanda bebeu pela primeira vez em uma festa infantil.

O hábito começa em casa

Festa de criança, brigadeiro e bolo de chocolate na mesa, tubaína para as crianças e, para os adultos, uma cervejinha e uma caipirinha. Bem no centro do seio familiar, este ambiente não parece ser nocivo para um adolescente, mas de acordo com especialistas é aqui que eles bebem pela primeira vez. “O primeiro contato sempre se dá na própria casa, com os amigos e familiares. Chamamos isto de batismo”, afirma Arthur Guerra.

O primeiro “pt” (sigla para perda total, quando uma pessoa bebe a ponto de passar mal) de Fernanda, 19, de Santos, no litoral paulista, foi em uma festa em casa. “Minha mãe até tirou sarro quando eu estava vomitando”, lembra. A partir desse dia, ela começou a consumir álcool regularmente e a situação só se agravou, principalmente porque na mesma época ela perdeu o pai. “Calhou de eu começar a fazer amizade com uma galera mais ousada”, afirma.

Em vez de se restringirem aos fins de semana, as bebedeiras se tornaram frequentes. “Ficava de segunda a segunda no bar. Chegava em casa só para dormir para sair à noite”. Tendo a vida dividida entre o copo de cerveja e a cama, Fernanda não conseguia mais assistir às aulas do ensino médio. “Larguei a escola para ir ao bar. Não consegui terminar o colégio”, lamenta.

Em um dado momento, o álcool não era mais o bastante para a jovem. “Comecei a ter blecautes”, conta. “Bebia muito, fazia coisas ruins durante à noite e, no dia seguinte, não lembrava de nada. Então comecei a usar cocaína pra cortar o efeito e beber mais”. Depois de três anos de abuso do álcool, as consequências apareceram em um exame de rotina para a psicológa. “Aos 18 anos tive princípio de cirrose no fígado. Fiquei bastante assustada”.

O diagnóstico

De acordo com o Dr. Arthur Guerra, é difícil diagnosticar um adolescente como alcóolatra. “É preciso anos de consumo para causar dependência, abstinência”. Dra. Ana Cristina Fraia diz, ainda, que dar o diagnóstico pode fazer mais mal do que bem. “É muito cedo para rotularmos alguém com algo tão pesado.”

Apesar de não haver uma “rotulação”, alguns sinais esclarecem se o consumo de álcool de um adolescente é anormal. “Eles começam a ter perdas. Perde a namorada, os amigos, por causa da bebida”, diz Arthur Guerra. “Todo mundo bebe, mas ele mais do que os outros. Quando o álcool está sendo usado como uma muleta para superar dificuldades”.

Roberta tinha medo de falar sobre o assunto, mas só depois de procurar ajuda conseguiu aos poucos superar o problema

Roberta teve um “insight” por volta dos 18 anos de que o “hábito”, como ela fala, tinha ido além. “Quando estava chegando no bar onde eu sempre ia e o atendente já estava abrindo uma cerveja na minha mesa de sempre”, admite. Mas ela só foi ter a real dimensão da situação três anos depois, na terapia. “Há pouquíssimo tempo comecei a falar sobre.”

Fernanda, por sua vez, passou pelo susto no exame, porém a ficha só foi cair depois de responder um questionário para a terapeuta. “De 10 critérios, eu me identificava com 7 [para quem sofre com o alcoolismo]. Ela [a médica] me falava que eu poderia ser alcoólatra, mas eu não acreditava. Fiquei tão mal que, às 10h, saí do consultório, fui até o posto da esquina e comprei uma cerveja”, confessa a jovem.

O que os pais podem fazer?

Na casa de Roberta, nunca se falou sobre o assunto. “Até poderia falar com a minha mãe, ela me dá muita abertura, mas isto é uma coisa muito minha. Tenho até um pouco de vergonha de estar nesta situação de vulnerabilidade”. Com Fernanda, o caso foi oposto: “Contei para ela durante o almoço. Ela não ficou surpresa, ficou mais me consolando, mas ficou assustada. A gente não imagina que dá para ser alcoólatra com 18 anos.”

Ana Cristina Fraia aponta que a família é importante na hora de passar um exemplo do consumo consciente do álcool. “Bebida é coisa de adulto, não é de criança e nem de adolescente. Se vai beber na frente do filho, o faça de maneira controlada e em ocasiões sociais. Se o pai tiver um comportamento ruim, o filho vai imitar”, diz categoricamente.

A lei brasileira e os médicos defendem o consumo da substância apenas para maiores de 18 anos. “O cérebro do adolescente está em plena expansão e o álcool pode atrapalhar”, pontua Arthur Guerra. Mas são poucos os jovens que seguem à risca o regulamento, por isso, os parentes também têm o papel de conscientizar. “Se ele é orientado provavelmente não vai ter problema. É nocivo quando sai do controle. Precisa ensinar”, afirma Ana Cristina Fraia.

Recuperando o futuro

Passado o susto, as duas jovens optaram pelo mesmo caminho: deixar o hábito para trás. “Depois disso, o insight, não coloquei mais nenhuma gota de álcool na boca”, diz Roberta. “Fui parando aos poucos, então não senti abstinência. Desde o começo do ano não uso mais nenhuma substância”, se orgulha Fernanda.

Atualmente, a professora de São Paulo até consegue apreciar bebidas alcoólicas, principalmente cervejas importadas, as suas favoritas. “Mas sei que, se eu tivesse a predisposição, eu seria alcoólatra. Beber é um hábito o qual você consolida. Não precisa ter uma compulsão”, diz. O seu principal aliado é o auto-controle: “Aprendi que tenho que beber quando estou feliz, não quando preciso escapar da realidade.”

Namorando há um ano e meio, Fernanda está em plena recuperação, do alcoolismo e do futuro. No dia em que falou com a reportagem, a jovem estava indo se inscrever no supletivo. “Gostaria me formar em Arquitetura ou Engenharia.”

* Usamos nomes fictícios para resguardar a identidade das personagens.

Fonte: Mídia News

31
mar

Ex-viciado em crack mostra como é possível vencer a batalha contra o vício das drogas

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Em uma daquelas histórias de superação que mostram como é possível vencer a batalha contra o vício das drogas. Celso Langner Junior, 33 anos, que foi viciado em crack durante quase duas décadas, hoje está livre da dependência química graças a suas habilidades manuais. “Trabalho com madeira, tijolo, massa, ferro, parte elétrica, telha e mais um pouco de tudo”, diz.

Há um ano e meio livre do vício do crack, ele conta que começou a usar a droga aos 12 anos, quando ainda frequentava a escola. “Peguei bem o início do crack aqui em Curitiba e logo me viciei. Meus pais eram separados, eu sofria muito no colégio, apanhava muito. E por tudo isso, acabei entrando de cabeça no mundo das drogas e larguei os estudos. Parei na 6ª série”, lembra.

O vício fez com que a vida de sua família entrasse em colapso. A mãe, Esther Gomes Ferreira, teve que abandonar o emprego para tentar cuidar do filho. “Tinha um emprego bom, mas tive de desistir para entrar nessa luta. Eram tempos difíceis, não tínhamos nada em casa, pois ele pegava tudo pra trocar por droga”, lembra. “Cheguei a arrancar um chuveiro da parede”, complementa Celso.

Mesmo tomado pelo vício, ele nunca deixou de lado suas habilidades como construtor, aprendidas ainda na infância por influência do pai e de um tio. Desde pequeno, ele domina a manipulação de madeira e ferro. Além disso, é um pedreiro de mão cheia e ainda constrói suas próprias ferramentas. “Nunca roubei pra pagar meu vício. Pelo contrário, fazia pequenas obras e reforma em troca de droga, utilizando tudo que eu tinha aprendido desde pequeno”, conta.

E foi justamente focando no conhecimento acumulado ao longo da vida que Celso conseguiu se livrar das drogas. O sinal de que já tinha chegado ao fundo do poço foi “ligado” quando chegou em casa e se deparou com o sofrimento da família. “Sabia que eu tinha que fazer alguma coisa. Então foquei no que eu sabia e gostava de fazer. Passei a trabalhar sem parar, construindo casas, móveis, fazendo pequenas reformas e tudo o que dava na cabeça”, lembra.

“Pau pra toda obra”

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Dentro da casa onde mora com a mãe, há diversos móveis feitos pelo ex-viciado. Para aumentar a área do imóvel, ele construiu uma nova cozinha e um ático, onde montou o quarto da filha. Na vizinhança é conhecido como “pau pra toda obra”. “Vivo fazendo pequenas reformas, calçadas e outros serviço pros vizinhos. É gratificante, porque antes eles fugiam quando eu andava na rua. Já hoje me chamam pra trabalhar dentro de suas casas, mostrando confiança em mim e no meu trabalho”, comenta, orgulhoso.

Hoje, passa seus dias na pequena oficina nos fundos da casa da família. Lá, ele acumula os materiais coletados pelos ferros velhos e obras da região e os transforma em algo útil. “Sigo muito na minha intuição e vou construindo o que dá na cabeça. Todos esses trabalhos que eu faço funcionam como uma terapia pra mim. As vezes acordo às cinco horas da manhã para vir trabalhar aqui no meu canto”, relata. Para Dona Esther, é um alívio ver o filho produzindo e longe das drogas. “É como se nossa vida tivesse começado de novo. Mudou tudo e pra melhor. E quero que ele vá mais longe, pois ele tem um dom de fazer qualquer trabalho manual com facilidade”, ressalta.

Sobre a possibilidade de transformar suas habilidades em um trabalho formal, afirma que ainda não é hora. “Estou me cuidando e quando estiver pronto, com certeza vou trabalhar numa empresa grande. Mas agora estou bem assim e quero continuar junto da minha família”, fala. “Mas quero que as pessoas saibam da minha história. Eu estava acabado e estou superando tudo graças a algo que eu amo fazer. E é isso que eu indico pra todos que passam pelas situações que passei. Se agarrem na família, em Deus e em algo que gosta. Tem que focar e manter a cabeça ocupada. Tenho certeza que tudo vai dar certo”, conclui.

Fonte: Caçadores de Notícias

28
jan

Beber durante a gravidez pode ser pior do que usar cigarro ou maconha

Estudo indica fetos expostos ao álcool apresentam mais problemas comportamentais ou de desenvolvimento. 

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Beber durante a gravidez pode causar mais danos ao feto do que um fumar cigarro ou maconha, dizem especialistas. Com o alerta, foi preciso alterar as diretrizes governamentais, que indicam às mulheres que têm o hábito de beber que o façam no máximo duas vezes por semana. A recomendação dos especialistas para as gestantes é que eliminem de vez o álcool da rotina.

Pediatras dizem que pelo menos 1% dos bebês nascidos na Inglaterra sofrem de problemas comportamentais ou de desenvolvimento devido à exposição ao álcool. Isto significa que, entre 730 mil nascidos no país por ano, pelo menos 7 mil são afetados. Os danos que as bebidas alcoólicas podem causar são tão sérios que um especialista disse que, se é para ter um hábito ruim durante a gravidez, que seja o uso de maconha ou cigarro.

Neil Aiton, pediatra dos hospitais universitários de Brighton e Sussex, disse que sua recomendação para as futuras mamães seria “não beba”. “Temos fortes evidências de que beber álcool com regularidade é prejudicial”, afirma. Ele complementa dizendo que bebês de mães que fumam podem nascer menores do que o normal. “Existem outras evidências, mas são menores quando comparadas com os prejuízos psicológicos e neurológicos de longo prazo que o álcool causa ao sistema nervoso.”

Uma taça de 250 ml contém cerca de três unidades de álcool e os médicos dizem que, com isso, as mulheres estão colocando os seus fetos em risco. Sheila Hollins, da British Medical Association, diz que esta é uma recomendação difícil de se seguir, já que as pessoas não sabem o que é uma unidade. “A recomendação do BMA seria a de que eliminar a bebida durante a gravidez é mais seguro devido à incerteza sobre beber de níveis baixos a moderados”.

Fonte: Terra

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