A prevenção do câncer de mama, o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo, é de extrema importância. No Brasil, são estimados 57 mil novos casos em 2015, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), e a prevenção é fundamental.
Faça o autoexame e espalhe essa ideia. Abraçamos essa causa!
Conheça a história de Joaquim Lima, um ex-dependente de crack e álcool que, após tratamento especializado, apoio da família, conseguiu superar totalmente a dependência, voltar a trabalhar e ter um vida normal.
Não é incomum ouvir relatos de pessoas que fazem uso de algum tipo de medicamento e, mesmo assim, não dispensam aquela cervejinha com os amigos, ainda mais em dia de jogos. Mas todo cuidado é pouco. Muito mais do que uma leve displicência, a prática pode ocasionar sérios problemas de saúde.
“A medicina tem evoluído muito e os medicamentos estão cada vez mais seguros, mas a interação com o álcool pode sobrecarregar o fígado, onde a maioria dos remédios e as bebidas são metabolizadas”, explica Marta Deguti, hepatologista.
Dependendo do medicamento utilizado, o quadro pode ser ainda mais grave. Tratamentos para combater depressão e ansiedade podem, ao invés de tratar a enfermidade, potencializar a condição psíquica da pessoa, como deixá-la mais deprimida ou propensa ao suicídio.
“A literatura médica relata, inclusive, que há maior risco de insuficiência respiratória”, observa a médica.
Algumas das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como pressão alta e problemas cardíacos, podem ter o efeito do remédio potencializado, intoxicando o organismo. O mesmo ocorre em pessoas com diagnóstico de glaucoma.
No caso de diabetes, essa interação pode levar a complicações agudas como a hiperglicemia e ao coma diabético em caso de ingestão excessiva de álcool, principalmente se a pessoa for insulinodependente, ou seja, não produzir no pâncreas o hormônio que metaboliza a glicose que entra no corpo após a ingestão de alimentos e de bebidas alcoólicas.
O consumo exagerado de álcool também pode provocar impotência sexual nos homens. Pior ainda quando se mistura a bebida com medicamento contra a disfunção erétil, uma prática que tem se mostrado comum no País.
“A droga responsável pela ereção, neste caso, é vasoconstritora, isto é, ela estreita os vasos sanguíneos. A bebida alcoólica potencializa o efeito do medicamento e pode acabar lesionando os tecidos”, alerta a hepatologista.
Por isso, é importante o acompanhamento médico para entender o efeito da interação dos medicamentos com o álcool e evitar surpresas desagradáveis e problemas graves de saúde.
Ator Daniel Radcliffe chegou a ir bêbado para as filmagens de Harry Potter.
Daniel Radcliffe, mais conhecido como o bruxo Harry Potter, declarou ao programa Sky Arts, que irá ao ar no fim do ano, que frequentemente consumia álcool para conseguir lidar com a pressão de viver o personagem e já chegou a ir ao set de filmagens ainda sob o efeito da bebida.
De acordo com entrevista publicada pelo Mirror, o ator, agora com 24 anos, temia estar nas listas dos famosos desaparecidos. “Não era uma pressão real, mas era uma pressão de viver pensando ‘e se todas essas pessoas dizendo que não vou ter uma carreira? E se elas estiverem certas e estiverem rindo e eu estarei destinado a aparecer em um monte listas de ‘Onde eles estão agora?’”, declarou Radcliffe.
O jovem ator, que deixou a bebida alcóolica se tornar rotina, deu um basta no vício em 2010, quando se deu conta que sua própria personalidade estava conturbada. “Eu vivia com um medo constante de quem eu iria conhecer, do que eu poderia dizer a eles, o que eu poderia fazer a eles, então ficava no meu apartamento por dias e bebendo sozinho. Eu era um recluso aos 20. Era patético – não era eu: sou divertido, educado, mas [o álcool] me tornou grosseiro.”
Carreira/ Ao contrário do medo constante de Daniel, sua carreira decolou, tanto nas telas quanto nos palcos. No ano passado, o ator participou da série “Diário de um Jovem Médico”; em 2012, ele estrelou o thriller “A Mulher de Preto”; e também está no elenco do novo “Frankenstein”, previsto para ser lançado em 2015. Radcliffle também foi reconhecido no teatro quando atuou na peça “Equus”, interpretando Alan Strang, homem que tem fetiche por cavalos. A última peça que participou foi em 2011, intitulada “How to Succeed in Business Without Realling Trying”.
O comerciante D.B., 66 anos, de Rio Preto, faz parte de uma estatística crescente no mundo: pessoas com mais de 60 anos estão ingerindo cada dia mais bebidas alcoólicas e outras drogas. Apesar de já ter sido submetido a três cirurgias do coração e tomar medicamento de uso diário, ele garante que bebe pelo menos três cervejas e entre sete e oito doses de cachaça diariamente, e diz que não vê nenhum problema nisso.
Revisão bibliográfica divulgada pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), organização não governamental que se destaca como uma das principais fontes no Brasil sobre o tema, indica prevalência crescente de problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas entre idosos. O único cuidado que o comerciante diz tomar é um intervalo de dez horas entre o remédio e o álcool. “O médico não sabe que eu tomo todos os dias. Eu falei que tomo uma cervejinha às vezes”, admite à reportagem.
O assunto preocupa profissionais da área da saúde devido ao aumento observado no número de admissões em unidades de pronto-atendimento e busca por tratamento associados ao uso dessas substâncias. No entanto, faltam estudos científicos que avaliem esta questão de forma abrangente. Em Rio Preto, levantamento feito pelo Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD) mostra que, em 2012, 144 homens com mais de 60 anos foram atendidos pelo uso de álcool e outros substâncias entorpecentes.
Isso corresponde a 4% do total de 3.560 atendimentos feitos pelo Centro no período. A prevalência maior é na faixa dos 60 a 64 anos e está relacionada ao uso do álcool: 64 casos. Outras 27 mulheres com mais de 60 também foram atendidas no período pelo uso de álcool e outras drogas, ou 2,6% dos 1.020 atendimentos. A maior parte delas, 17, também por álcool. De janeiro a julho de 2013, o Caps atendeu 55 homens com mais de 60 anos por uso de álcool e outras drogas. Foram 52 casos de alcoolismo, sendo 30 deles em pacientes entre os 60 e 64 anos. Nos sete primeiros meses do ano passado a maioria das mulheres com problema de alcoolismo tinha entre 70 e 74 anos.
De acordo com a gerente do CAPS – AD Vila Clementina, Helen Cristina dos Santos Santana, os idosos são minoria entre os pacientes e chegam levados pela família. “Eles são usuários há muito tempo e geralmente apresentam os primeiros sinais como enfraquecimento nos membros superiores e inferiores, demência e alguns com prejuízos neurológicos”, explica. Quando é seguido o plano terapêutico indicado, existe perspectiva de melhora.
‘Bebedores pesados’ correspondem a 12%
Dados epidemiológicos recentes sobre uso de álcool e outras substâncias entorpecentes na terceira idade (acima de 60 anos) foram analisados por pesquisadores do Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP (NEP-IPqFMUSP), que publicaram uma revisão bibliográfica sobre o tema na revista Current Opinion in Psychiatry, na edição de julho de 2013. Com relação ao padrão de consumo do álcool, o termo “uso nocivo” ou “de risco” é empregado para indicar um padrão de utilização que expõe o sujeito a maior propensão a prejuízos físicos e psicológicos.
No Brasil, os dados de uma pesquisa nacional são preocupantes: 12% dos entrevistados com mais de 60 anos foram classificados como bebedores pesados (consumo de mais de 7 doses por semana), 10,4% como bebedores pesados episódicos (considerado por este estudo como o consumo de mais de 3 doses em uma única ocasião) e quase 3% foram diagnosticados como dependentes. Na revisão bibliográfica, verificou-se que o padrão “beber pesado episódico (BPE) e os transtornos relacionados ao álcool (abuso e dependência) em idosos estão mais associados ao sexo masculino e economicamente desfavorecidos.
Em paralelo, as idosas representam um subgrupo que merece atenção específica, já que para elas a progressão do uso à dependência tende a ocorrer mais rapidamente e as conse-quências adversas iniciam-se mais precocemente. Além disso, as idosas estão especialmente mais propensas que os homens a utilizar medicamentos de prescrição como tranquilizantes, analgésicos, sedativos, estimulantes e antidepressivos. “Nos idosos, o abuso de drogas é a terceira doença psiquiátrica mais comum, começando pela depressão, depois demência e drogas”, diz o psiquiatra Ururahy Botosi Barroso, presidente da Comunidade Terapêutica Felicidade, que cuida da recuperação de dependentes químicos.
Segundo ele, entre as principais causas, os chamados estressores psicossociais desencadeadoras do abuso de drogas, são a aposentadoria, a solidão, a viuvez, o isolamento social e alguma doença crônica. A aposentadoria normalmente leva a uma queda grande do nível de vida, e isso acaba gerando muita perturbação emocional. O uso por automedicação prolongada de benzodiazepínicos, tarjas pretas, também facilitam o abuso de drogas ilícitas.
Vulnerabilidade emocional
O tratamento para dependentes químicos segue o mesmo padrão, acrescido do cuidado aumentado junto ao idoso pela sua maior vulnerabilidade emocional, bem como medicações, pois normalmente existem doenças crônicas associadas. “Infelizmente, no nosso país, na cultura do capitalismo, é valorizado quem produz. Como o idoso é desvalorizado pela nossa sociedade, isso acaba facilitando o uso de drogas por eles, pois a dor emocional de solidão, de abandono, é muito alta.
Esquecemos que também seremos idosos, a não ser que morramos antes e que. lá na frente, sejamos vítimas daquilo que um dia alimentamos na idade jovem”, diz o psiquiatra Ururahy Botosi Barroso. Segundo ele, muitos procuram tratamento por causa de outras doenças que se agravam com o abuso das drogas. O resultado do tratamento entre idosos é mais delicado, pois eles são muito mais doentes e vulneráveis que os jovens, e o que é pior: muitos são abandonados pela família, pelo estado e pela sociedade.
Para aquecer as noites frias do mês de junho, nada melhor que uma bebida quentinha, feita com muito carinho. Confira algumas receitas de bebidas sem álcool para aquecer o seu mês.
1. Chocolate quente cremoso
2 xícaras (chá) de leite;
1 caixinha de creme de leite;
3 colheres (sopa) de chocolate em pó (não achocolatado);
3 colheres (sopa) de açúcar;
1 colher (café) de canela em pó;
1 pitada de gengibre em pó;
1 pitada de cravo em pó.
Modo de preparo: misture todos os ingredientes e leve ao fogo. Mexa sempre, até ferver. Sirva quente.
2. Quentão sem álcool
200g de gengibre picado em pedaços finos;
5 pedaços de canela em pau;
1 colher (chá) de cravo;
1 L de água;
2 xícaras de açúcar;
2 limões.
Modo de preparo: coloque o gengibre e o açúcar em uma panela, leve ao fogo, mexendo sempre, até virar uma pasta marrom (não deixe queimar muito, para não ficar amargo). Junte a água, a canela e o cravo. Deixe ferver por uns 20 minutos em fogo baixo. Esprema os dois limões e junte somente na hora de servir.
3. Vinho quente sem álcool
2 L de suco de uva integral;
1 kg de açúcar;
100g de gengibre picado em pedaços finos;
5 pedaços de canela em pau;
1 colher (chá) de cravo;
3 maçãs sem casca (cortadas em cubinhos);
1 lata de pêssego em calda escorrida (cortados em cubinhos).
_Modo de preparo:_coloque o gengibre e o açúcar em uma panela, leve ao fogo, mexendo sempre, até virar uma pasta marrom (não deixe queimar muito, para não ficar amargo). Acrescente o suco de uva. Quando ferver adicione o pêssego e a maçã e deixe as frutas cozinharem um pouco. Sirva bem quente.
4. Leite queimado
3 colheres (sopa) de açúcar;
500 ml de leite;
1 colher (sobremesa) de canela em pó.
Modo de preparo: em uma panela, leve o açúcar ao fogo até caramelizar. Despeje o leite sobre o açúcar caramelizado e acrescente a canela. Deixe ferver até derreter as pedrinhas do açúcar queimado. Sirva bem quente.
Essas bebidas deliciosas fazem sucesso nas Festas Juninas, mas também são ótimas para acompanhar pipocas e um bom filme em casa!
O álcool é a droga mais consumida do mundo e aquela que frequentemente mais envia seus usuários aos setores de emergência hospitalares, mas menos de 60% de seus consumidores inveterados reconhecem que seus hábitos os colocam em risco grave, segundo a Pesquisa Global sobre Drogas de 2014.
Quer seja pelo clima de festa que cerca o álcool, seus benefícios para a saúde – quando consumido com moderação – ou simplesmente por sua onipresença em reuniões sociais, muitos bebedores de álcool simplesmente não levam o consumo a sério. Kenneth R. Warren, Ph.D., vice-diretor do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA), corrige algumas ideias equivocadas.
Você pode tomar uma bebida alcoólica por hora e ainda voltar para casa dirigindo em segurança.
Você já deve ter ouvido a teoria de que nosso corpo naturalmente processa um drinque por hora. Na realidade, diz Warren, é mais perto de um drinque a cada duas horas. “O ritmo médio de metabolização do álcool é 100 miligramas de álcool por quilo de massa corporal por hora”, diz ele. “No caso de um homem que pesa 73 kg, isso se traduz em sete gramas de álcool por hora. A chamada dose padrão, uma garrafa de cerveja de 350 ml, contém 14 gramas de álcool, então levaria duas horas para ser completamente metabolizada. Para a maioria das pessoas, se a pessoa toma um drinque por hora, vai ficar mais e mais alcoolizada a cada hora que passa.” No caso de uma pessoa de 73 kg, disse Warren, tomar um drinque por hora durante quatro horas será o suficiente para elevar sua concentração de álcool no sangue para 0,08. Ou seja, ela estará legalmente embriagada.
Você pode ficar sóbrio de novo rapidamente, se for preciso.
Não há nada que acelere o processo, nem um café quente nem uma chuveirada fria. De acordo com Warren, a cafeína pode até fazer mais mal que bem. “A cafeína é estimulante, e, por essa razão, a pessoa vai ficar mais desperta, mas igualmente alcoolizada. A cafeína pode dar ao indivíduo confiança falsa, a ideia de que não está alcoolizado”, o que pode levar a comportamentos de risco maior e decisões perigosas.
Se você for ao banheiro pela primeira vez, passará a noite inteira na fila do toalete.
Beber álcool vai fazê-lo ir ao banheiro mais vezes do que se você não tivesse bebido. A bebida alcoólica suprime o hormônio vasopressina, de modo que mais líquido que o normal é redirecionado à bexiga. O álcool também é diurético, então mais água é retirada de cada célula de nosso corpo quando bebemos. Esse fluído extra também é enviado à bexiga. De repente, você precisa ir ao banheiro com urgência. E, continuando a beber, o volume de líquido do qual precisará se livrar só vai aumentar. Mas isso não tem nada a ver com quanto tempo você consegue adiar sua primeira ida ao banheiro.
Tomar cerveja antes de bebida destilada provoca uma ressaca tremenda.
Na realidade, você provavelmente está tendo uma ressaca horrível por causa da quantidade total de álcool que consumiu, não da ordem em que tomou as bebidas, segundo o New York Times. “Muitas vezes as pessoas tomam cerveja e então, mais perto do fim da noite, passam para bebidas mais fortes, então pensam que são os destilados que lhe deram a ressaca”, disse ao jornal em 2006 Carlton K. Erickson, diretor do Centro de Pesquisas e Educação sobre a Ciência da Adição, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Texas. “Mas a simples mistura dos dois tipos de bebida não tem relação com isso.”
Tomar cerveja causa barriga de cerveja.
A cerveja pode lhe dar uma barriga, mas qualquer coisa que você consumir em excesso pode ter o mesmo efeito. Aquele barrigão estereotípico dos tomadores inveterados de cerveja é sinal de que você está exagerando com alguma coisa, mas não é necessariamente na cerveja. “A maioria das barrigas de cerveja se deve a calorias excessivas de qualquer fonte, entre elas a cerveja”, disse ao Huffington Post em 2013 a professora de nutrição, estudos alimentares e saúde pública Marion Nestle, Ph.D., M.P.H., da Universidade de Nova York.
Um drinque antes de dormir ajuda você a pegar no sono.
Se você tomar um drinque antes de se deitar, pode adormecer mais facilmente, mas o sono movido a álcool é perturbado em pouco tempo. De acordo com uma revisão feita em 2013 de pesquisas sobre o tema, o álcool geralmente atrapalha o sono na fase REM (de movimento rápido dos olhos), reduzindo o tempo passado dormindo nessa fase crucial.
Aqueles remédios para prevenir a ressaca são a solução.
Não há evidências científicas que fundamentem o que dizem aqueles produtos difundidos como a cura de todas as ressacas, diz Warren, não importa quantas vitaminas possam conter. “No passado, os fabricantes acrescentavam tiamina, ácido fólico, vitamina B6 ou vitamina B12 e afirmavam que isso ajudava a acelerar a metabolização do álcool”, ele fala. “Não há base nem evidências que indiquem que isso aconteça de fato.”
Um desjejum de bacon, ovos e queijo na manhã seguinte fará você voltar ao normal.
Quase todos os adeptos da bebida têm sua refeição preferida para acabar com uma ressaca, mas na realidade o que você come antes de beber (ou enquanto bebe) é mais importante, diz Warren. “Se você comer antes de beber ou enquanto estiver bebendo, o alimento vai reduzir a rapidez de absorção do álcool pelo corpo, e você não terá uma concentração de álcool no corpo tão alta”, ele diz. Mas não há pesquisas que fundamentem os benefícios de qualquer café da manhã específico no dia seguinte.
Beber até ficar desacordado não é grave.
Todos nós, em algum momento, provavelmente já ouvimos algum estudante se gabando de ter acordado em outro lugar depois da farra da noite passada, como se beber até ficar desacordado fosse simplesmente um grau de embriaguez, e não uma situação que coloca sua vida em risco. “A intoxicação alcoólica é o consumo de álcool suficiente para suprimir o sistema nervoso central, de modo que as funções corporais necessárias do indivíduo deixam de funcionar”, diz Warren. Alguns reflexos que nos mantêm vivos, como tossir, engasgar, respirar, podem ficar totalmente inativos, o que pode provocar a morte imediatamente, ou, o que é mais comum, levar a pessoa que vomita a inalar seu próprio vômito e morrer afogada. “As pessoas precisam saber quanto estão bebendo e tomar o cuidado de não colocar sua vida em risco”, diz Warren.
O primeiro passo para enfrentar esse fenômeno é não subestimá-lo, muito menos ignorá-lo, como preferem fazer muitos pais, mas também não tratá-lo de forma exagerada ou preconceituosa. A atuação dos pais é decisiva, pois os limites deveriam ficar claramente definidos já no ambiente familiar. Quem frequenta festas de aniversário a partir dos 13 anos e de formatura do Ensino Médio pode perceber a liberalidade no consumo de álcool nessa faixa de idade, na maioria das vezes por omissão ou consentimento dos pais e até estimulado por eles. O uso de álcool por jovens precisa ser combatido com a aplicação da lei no caso de transgressões e com mais informação sobre os riscos.
Há algum tempo, o Ministério Público vem se esforçando para agir de forma preventiva nesses casos. Mesmo a decisão de manter plantões e fiscalização nos locais mais frequentados por jovens contribui apenas para atenuar o problema. As ações têm-se mostrado insuficientes para prevenir comportamentos danosos para meninas e meninos que contam com a leniência de suas famílias e com a ganância de comerciantes e promotores de eventos destinados a essa faixa etária. A atitude mais comum nesses meios é a de não barrar quem já chega a uma festa embriagado ou recorre a documento emprestado ou falsificado para atestar maioridade, devido ao temor de se incomodar com os pais ou de perder clientes. Como não há quem fiscalize e puna os infratores com rigor e de forma contumaz e como muitos pais preferem fazer de conta que nada está acontecendo, o problema só se agrava.
O alcoolismo constitui-se num sério problema de saúde pública no país, além de estar associado a uma série de doenças. Jovens que começam a beber cedo demais têm mais chances de contribuir para o agravamento desse quadro. Além disso, ficam expostos a graves riscos resultantes do descontrole provocado pela embriaguez. É hora de se dar um basta a essa situação, preservando quem tem um futuro pela frente.
Fernanda*, 19, e Roberta*, 22, começaram a beber para curtir, mas se tornaram um dos 1,6% dos jovens brasileiros em idade escolar que fazem uso pesado do álcool.
Aos 13 anos de idade, Roberta não tinha muito o que fazer depois da aula no bairro onde morava, na extrema zona leste de São Paulo. O rolê favorito dela e dos amigos era matar o tempo em uma pista de skate que estava sempre vazia, e trocar ideia em tardes muito loucas regadas a pinga barata ou vinho de barril. “Não era o álcool em si, mas a situação. Queria estar com as pessoas, me desinibir”, ela lembra. “Era para ficar muito louca. Não interessava o que estava bebendo, podia ser gasolina. Não tinha nenhum pingo de moderação.”
A história de Roberta se repete todos os dias Brasil afora. Segundo o 6º Levantamento Nacional Sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio, divulgado em 2010 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), os jovens bebem pela primeira vez, em média, aos 13 anos.De acordo com o Cebrid, os jovens brasileiros tem o primeiro contato com o álcool aos 13. O estudo dá conta que 60,5% dos adolescentes de 10 a 18 anos já consumiram bebida alcóolica pelo menos uma vez na vida e 1,6% já faz uso pesado, com mais de 30 vezes por mês. “Alcoolismo na adolescência não é comum, mas um excesso cada vez mais presente. E os jovens estão começando a beber mais cedo”, explica o Dr. Arthur Guerra, fundador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas, da Universidade de São Paulo.
Vítima de bullying na escola, Roberta usava o “goró” como uma escapatória, tanto do tédio como da timidez. “Você nunca é aceita em um ambiente, mas finalmente se sente parte do grupo. Então você quer estar por dentro. O álcool ajuda a perder o medo de socializar”, ela diz. De acordo com a Dra. Ana Cristina Fraia, este é o primeiro indício de uma relação problemática com a bebida. “Em vez de criar estratégias para se sair melhor em uma conversa, está começando a depender do álcool.”
Para Roberta, a situação se tornou mais evidente quando não conseguia nem desenvolver funções básicas do dia a dia sem estar alcoolizada. “Na escola eu matava aula com a turma para beber, mas, na faculdade, eu fazia isso sozinha. Não era mais uma questão social”, conta. A paulistana, hoje aos 22 anos e professora, transformou o álcool em refúgio, usado no início da vida adulta como calmante — e tudo por culpa de uma brincadeira com os amigos. Fernanda bebeu pela primeira vez em uma festa infantil.
O hábito começa em casa
Festa de criança, brigadeiro e bolo de chocolate na mesa, tubaína para as crianças e, para os adultos, uma cervejinha e uma caipirinha. Bem no centro do seio familiar, este ambiente não parece ser nocivo para um adolescente, mas de acordo com especialistas é aqui que eles bebem pela primeira vez. “O primeiro contato sempre se dá na própria casa, com os amigos e familiares. Chamamos isto de batismo”, afirma Arthur Guerra.
O primeiro “pt” (sigla para perda total, quando uma pessoa bebe a ponto de passar mal) de Fernanda, 19, de Santos, no litoral paulista, foi em uma festa em casa. “Minha mãe até tirou sarro quando eu estava vomitando”, lembra. A partir desse dia, ela começou a consumir álcool regularmente e a situação só se agravou, principalmente porque na mesma época ela perdeu o pai. “Calhou de eu começar a fazer amizade com uma galera mais ousada”, afirma.
Em vez de se restringirem aos fins de semana, as bebedeiras se tornaram frequentes. “Ficava de segunda a segunda no bar. Chegava em casa só para dormir para sair à noite”. Tendo a vida dividida entre o copo de cerveja e a cama, Fernanda não conseguia mais assistir às aulas do ensino médio. “Larguei a escola para ir ao bar. Não consegui terminar o colégio”, lamenta.
Em um dado momento, o álcool não era mais o bastante para a jovem. “Comecei a ter blecautes”, conta. “Bebia muito, fazia coisas ruins durante à noite e, no dia seguinte, não lembrava de nada. Então comecei a usar cocaína pra cortar o efeito e beber mais”. Depois de três anos de abuso do álcool, as consequências apareceram em um exame de rotina para a psicológa. “Aos 18 anos tive princípio de cirrose no fígado. Fiquei bastante assustada”.
O diagnóstico
De acordo com o Dr. Arthur Guerra, é difícil diagnosticar um adolescente como alcóolatra. “É preciso anos de consumo para causar dependência, abstinência”. Dra. Ana Cristina Fraia diz, ainda, que dar o diagnóstico pode fazer mais mal do que bem. “É muito cedo para rotularmos alguém com algo tão pesado.”
Apesar de não haver uma “rotulação”, alguns sinais esclarecem se o consumo de álcool de um adolescente é anormal. “Eles começam a ter perdas. Perde a namorada, os amigos, por causa da bebida”, diz Arthur Guerra. “Todo mundo bebe, mas ele mais do que os outros. Quando o álcool está sendo usado como uma muleta para superar dificuldades”.
Roberta tinha medo de falar sobre o assunto, mas só depois de procurar ajuda conseguiu aos poucos superar o problema
Roberta teve um “insight” por volta dos 18 anos de que o “hábito”, como ela fala, tinha ido além. “Quando estava chegando no bar onde eu sempre ia e o atendente já estava abrindo uma cerveja na minha mesa de sempre”, admite. Mas ela só foi ter a real dimensão da situação três anos depois, na terapia. “Há pouquíssimo tempo comecei a falar sobre.”
Fernanda, por sua vez, passou pelo susto no exame, porém a ficha só foi cair depois de responder um questionário para a terapeuta. “De 10 critérios, eu me identificava com 7 [para quem sofre com o alcoolismo]. Ela [a médica] me falava que eu poderia ser alcoólatra, mas eu não acreditava. Fiquei tão mal que, às 10h, saí do consultório, fui até o posto da esquina e comprei uma cerveja”, confessa a jovem.
O que os pais podem fazer?
Na casa de Roberta, nunca se falou sobre o assunto. “Até poderia falar com a minha mãe, ela me dá muita abertura, mas isto é uma coisa muito minha. Tenho até um pouco de vergonha de estar nesta situação de vulnerabilidade”. Com Fernanda, o caso foi oposto: “Contei para ela durante o almoço. Ela não ficou surpresa, ficou mais me consolando, mas ficou assustada. A gente não imagina que dá para ser alcoólatra com 18 anos.”
Ana Cristina Fraia aponta que a família é importante na hora de passar um exemplo do consumo consciente do álcool. “Bebida é coisa de adulto, não é de criança e nem de adolescente. Se vai beber na frente do filho, o faça de maneira controlada e em ocasiões sociais. Se o pai tiver um comportamento ruim, o filho vai imitar”, diz categoricamente.
A lei brasileira e os médicos defendem o consumo da substância apenas para maiores de 18 anos. “O cérebro do adolescente está em plena expansão e o álcool pode atrapalhar”, pontua Arthur Guerra. Mas são poucos os jovens que seguem à risca o regulamento, por isso, os parentes também têm o papel de conscientizar. “Se ele é orientado provavelmente não vai ter problema. É nocivo quando sai do controle. Precisa ensinar”, afirma Ana Cristina Fraia.
Recuperando o futuro
Passado o susto, as duas jovens optaram pelo mesmo caminho: deixar o hábito para trás. “Depois disso, o insight, não coloquei mais nenhuma gota de álcool na boca”, diz Roberta. “Fui parando aos poucos, então não senti abstinência. Desde o começo do ano não uso mais nenhuma substância”, se orgulha Fernanda.
Atualmente, a professora de São Paulo até consegue apreciar bebidas alcoólicas, principalmente cervejas importadas, as suas favoritas. “Mas sei que, se eu tivesse a predisposição, eu seria alcoólatra. Beber é um hábito o qual você consolida. Não precisa ter uma compulsão”, diz. O seu principal aliado é o auto-controle: “Aprendi que tenho que beber quando estou feliz, não quando preciso escapar da realidade.”
Namorando há um ano e meio, Fernanda está em plena recuperação, do alcoolismo e do futuro. No dia em que falou com a reportagem, a jovem estava indo se inscrever no supletivo. “Gostaria me formar em Arquitetura ou Engenharia.”
* Usamos nomes fictícios para resguardar a identidade das personagens.